Escrito pelo pernambucano Israel Pinheiro, a obra “Um deus que não passeia sobre as águas” apresenta o impacto das transformações culturais, políticas e econômicas da atualidade
Realidade das periferias, sentimentos contraditórios inerentes
ao homem, ambição, crítica ao sistema político e pluralidade. Esses são alguns
dos elementos que circundam as histórias presentes no livro Um deus que não passeia sobre as
águas, escrito pelo pernambucano Israel
Pinheiro.
Ao homenagear as belezas de mares infinitos do Nordeste –
principalmente nas regiões de Pernambuco, como Recife e Olinda – o escritor
apresenta seis contos contemporâneos que retratam, sob o prisma do
indivíduo, o peso e o impacto das transformações culturais, tecnológicas,
políticas e econômicas da atualidade.
“Como somos filhos da Queda e, como tal,
encerramos em nós tantos os afetos elevados quanto os gestos e as ações
brutalizantes, talvez nunca tenhamos salvação; sempre seremos a subtração da
imagem e semelhança de um Deus que se quer (ou a ele se atribui) a própria
encarnação do amor, da tolerância, da paz e da confraternização. Estamos,
assim, condenados a sermos um deus que nunca vai poder passear sobre as águas
calmas e tranquilas da criação? Desconfio que sim.” (P. 16,
prefácio: Um deus que não passeia sobre as águas)
Nesta obra, Israel Pinheiro constrói de forma fidedigna a vida
periférica e, particularmente, os sentimentos daqueles que nela habitam. Nos
contos não há presença de uma humanidade idealizada, os bons e os maus habitam
o mesmo lugar. Todas as histórias mostram a realidade de sentimentos egoístas e
imoralidade, além de apresentar um olhar refinado para expressar as pequenas
sutilezas da alma humana.
Com o objetivo de oferecer um testemunho estético do seu local e
tempo, o escritor apresenta uma perspectiva íntima sobre a representação
real de Pernambuco. Um deus que não passeia sobre as
águas critica os velhos modos de pensar, enquanto, ao
mesmo tempo, convida os leitores a questionarem sobre quem somos; para onde
vamos e por que fazemos o que fazemos.
Sinopse: Um deus que não passeia sobre as águas
– Essa é uma história feita de muitas histórias. Histórias que
têm como pano de fundo Recife e suas belezas de mares infinitos. Mas também de um
Recife construído pelas bordas, por pessoas postas à margem. Essa é uma obra
polifônica. Composta por múltiplas vozes e olhares que ora se afastam, ora se
convergem, formando uma costura surpreendente. Olhares tão pesadamente humanos
que nos fazem suspeitar da realidade que habitamos. Olhares que nos interrogam
e nos convidam a trilhar um ousado caminho: o da crítica. Crítica ao real,
crítica à representação do real, crítica aos velhos modos de pensar, sentir e
olhar. Crítica capaz de nos trazer um renovo e de nos mostrar caminhos
ousadamente inéditos.
Sobre o autor: Cristão de
espírito moderno, nascido em 1984, pai de Daniel. O escritor pernambucano
Israel Pinheiro é autor do livro “As Histórias que Contei”.
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