Texto produzido por @well.nchagas
Verdade que o melhor filme de terror de todos os tempos ainda chama-se "O EXORCISTA", e mantém esse título a mais de meio século, ou seja... a exatos 52 anos. E ponto.
Vez em quando surgem tentativas pífias de filme, verões e derivados sobre o tema... Mas a grande maioria caem por terra - temos sim a evolução da espécie que pode ler e ver em o incrível e assustador filme de tribunal / exorcismo, que é o "EXORCISMO DE EMILY ROSE" de 2025 e até no mais recente sucesso, o ótimo "FALE COMIGO", que fala sobre possessão e não sobre exorcismo. E só!
Temos até um homônimo "O RITUAL" de 2011, com Anthony Hopkins e nossa maravilhosa atriz brasileira Alice Braga... Que também é "mais do mesmo".
Tivemos também o ápice e o cúmulo da HERESIA, ao tentarem fazer do clássico irretocável e imaculado "O EXORCISTA" uma trilogia, começando pelo horrível "O EXORCISTA: O DEVOTO", Absurdo, dos absurdos - não funcionou nem trazendo as atrizes do filme original de volta, cito: Ellen Burstyn (a mãe ) e Linda Blair (Reagan, a garota possuída), nem esse encontro salva o filme de ser uma bomba e um fiasco.
Logo após o estrondoso sucesso de público, crítica e bilheteria de "O EXORCISTA", a história de uma menina possuída por um espírito maligno causou um verdadeiro pandemônio que transcendeu as salas de cinema.
Dirigido por William "Bill" Friedkin — e baseado no romance homônimo de William Peter Blatty — O Exorcista virou um verdadeiro fenômeno cultural - desde sua estreia, em 26 de dezembro de 1973, milhões de pessoas fizeram fila para assistir ao filme, que foi proibido em vários países. Relatos sobre sessões da época narram espectadores desmaiando ou vomitando de medo.
"O EXORCISTA" foi e é um verdadeiro fenômeno cultural, foi indicado a 10 Oscars (Melhor Filme, Diretor para William Friedkin, Melhor Atriz para Ellen Burstyn, Melhor Ator Coadjuvante para Jason Miller, Melhor Atriz Coadjuvante para Linda Blair,
Melhor Roteiro Adaptado para William Peter Blatty, Melhor Direção de Arte, Melhor Cinematografia, Melhor Montagem e Melhor Som, mas venceu apenas 2: Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Som, segundo informações do The Exorcist Wiki | Fandom e um artigo do Olhar Digital. Apesar de não ter vencido o prêmio de Melhor Filme, ele foi o primeiro filme de terror a ser indicado nessa categoria, deixando seu legado na história não só para os filmes de terror, como também no cinema mundial e universal como um todo.
Já era de se esperar depois de todo esse fenômeno e tudo que se criou em volta de "O EXORCISTA", que o Studio tentasse fazer desse sucesso avassalador um "caça níquel" em forma de franquia - e com isso veio o péssimo "O EXORCISTA II: O HEREGE", fazendo jus a maldição do segundo capítulo "com razão", e nem quando o roteirista do filme original William Peter Blatty, fez uma tentativa pra lá de frustada, ao tentar ressuscitar a franquia com seu igualmente péssimo "O EXORCISTA III" de 1990... Fechou e encerrou a tentativa de franquia com 3 pás de areia na cova rasa.
POR ISSO OU TUDO ISSO... O EXORCISTA ATÉ HOJE É CONSIDERADO O MELHOR FILME DE TERROR DE TODOS OS TEMPOS... Ops... Mas é crítica é sobre o filme "O RITUAL" de 2025 com Al Pacino, não é? Sim!
Mas precisamos mais do que nunca "contextualizar" e trazer para o game e para a luz, para o diálogo... o "THE BEST OFF" do gênero, que fez escola e até hoje é usando como parâmetro e referência, quando se fala de filmes sobre possessão demoníaca, ritual e principalmente "EXORCISMO".
"O RITUAL", tem um trunfo que o diferencia dos outros filmes, que tentaram replicar e copiar a exaustão "O EXORCISTA": ele não é um filme de terror, pode até ser vendido ou "mal entendido" como tal, e nem se pode assisti-lo como - o filme tem como história central o ritual de exorcismo, seus elementos e personagens "que muito se assemelha aos do filme o EXORCISTA", mas que a cada camada e frame, onde vamos conhecendo os personagens, suas convicções, intenções, verdadeiras intensões, histórias e FÉ... podemos observar que o EXORCISMO em si, vai ficando cada vez mais como um pano de fundo e no fundo temos a clareza que o filme é sobre RELIGIÃO, DÚVIDAS, ACEITAÇÃO, NEGAÇÃO, RELIGAÇÃO, FÉ, OU A FALTA DELA E O QUE MOVE.
Outro ponto positivo e o que também diferencia o "O RITUAL" de Al Pacino, com os demais filmes do gênero, inclusive com o "RIITUAL" do ator mais velho a ganhar um Oscar "Anthony Hopkins" por "MEU PAI", além da forma que é filmado, com câmera rente a pele, trêmula e o uso abusivo de closes e a mais evidência é a forma documental com a qual o diretor David Midell escolheu por contar a história de Emma Schmidt ( Abigail Cowen ), jovem cujo caso de possessão, registrado em 1928, se tornou o mais emblemático dos Estados Unidos, inspirando por consequência o filme "O EXORCISTA". Na trama, o padre Steiger ( Dan Stevens ), líder de uma pequena paróquia no coração do país, recebe a ordem de abrigar um jovem em questão, que enfrenta problemas sérios de saúde que a Igreja acredita tratar-se de uma possessão. Para praticar o ritual veterano de exorcismo, o padre Theophilus ( Al Pacino ) é convocado como líder da “missão”.
É impossível não notar a semelhança também dos personagens principais do filme "O RITUAL", com os do já clássico e consagrado "O EXORCISTA": Steiger, padre jovem e com fé em crise, principalmente depois do suicídio do irmão, o qual se culpa, serviu de inspiração para o padre Karras ( Jason Miller ), enquanto a experiência Theophilus deu origem ao icônico Merrin ( Max von Sydow ) - já a jovem atormentada pelo demônio ou pelos demônios... Seja eles como criaturas da mente, da alma e da carne, essa não trás ou tem semelhante alguma como a menina Reagan de "O EXORCISTA", estando possuída ou não.
Enquanto o clássico de William Friedkin redefiniu o gênero de terror com a tensão dos sustos embaladas no visual e trilha sonora, o filme de Midell investe no drama para contar a jornada de seus personagens com tons investigativos e documental - não há uma GRANDE atuação arrebatadora e digna de Oscar... Mas a atmosfera criada, cumpre e até surpreende ao que se propõe e se vende.
No fim temos o ritual de exorcismo concluído, sem brechas para continuações "thanks god" - onde testemunhamos o criador, referenciar e reverenciar a criatura, sem disputar o título de "o melhor", apenas ser e trazer um prisma e ponto de vista diferente da habitual trivialidade que permeia e amaldiçoa o gênero e tema - e só por isso já vale apena a pedida para ver "O RITUAL".
Se liga meu povo cinéfilo de plantão e amantes da sétima arte, que o filme já se encontra em cartaz em todos os cinemas do Brasil.
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