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Longa já está nos cinemas de todo o Brasil / Foto: Divulgação |
Texto produzido por @well.nchagas
"Entrevista com o Demônio" estreou em terras tupiniquins no último dia 04 de julho, com "status quo" de melhor filmes de terror do ano, quando na verdade é merecidamente um ótimo exemplar de um belíssimo mockumentary, ou seja um fake documentary "pseudodocumentário". E ponto.
O melhor filme de terror do ano até o momento chama-se "O MAL QUE NOS HABITA", já disponível no catálogo Netflix e por coincidência ou não... Também fala sobre possessão demoníaca, assim como melhor filme de terror no ano passado foi "FALE COMIGO".
Então... Não, as configurações de melhor filme de terror do ano NÃO foram atualizadas com sucesso com o filme "ENTREVISTA COM O DEMÔNIO".
Em "ENTREVISTA COM O DEMÔNIO", o apresentador Jack Delroy (David Dastmalchian) de "ESQUADRÃO SUICIDA", dá um show a parte e de longe já é o melhor papel como protagonista da sua carreira. Pois o ator é mais conhecido pelos seus papéis eternos de coadjuvantes e quê no filme tenta recuperar a audiência de seu programa a qualquer custo, que despencou desde a trágica morte de sua esposa. Desesperado pelo sucesso, Jack planeja um especial para o Halloween de 1977, mas o que começa como mais uma noite de entretenimento a lá programas fúteis e supérfluos como os que rolam na madrugada americana e aqui no Brasil temos exemplos como o programa "THE NOITE" com o Danilo Gentili, se transforma em um pesadelo ao vivo, principalmente quando o apresentador recebe em seu programa uma parapsicóloga (Laura Gordon) para mostrar o seu mais recente livro que mostra a única jovem sobrevivente de um suicídio em massa dentro de uma igreja satã, Lilly D'Abo (Ingrid Torelli) - a atriz novata foi escolhida a dedo para viver o papel de Lyly, com olhar doce, meiogo, sinistro e perturbado... Logo se percebe quê : "alguma coisa está fora da ordem, fora da nova ordem mundial" e por mais que o sinais fiquem evidentes e explícitos na cara e na tela... São ignorados a olho nu, sobretudo pela ganância e pelo sensacionalismo exacerbado e espetacularização do espetáculo e IBOPE acima de tudo - Inclusive acima de Deus.
Escrito e dirigido pelos irmãos Colin e Cameron Cairnes (Scare Campaign, 100 Bloody Acres), o longa é estrelado por David Dastmalchian, de Duna (2021) e O Esquadrão Suicida (2021), como Jack Delroy, um apresentador de um talk show televisivo, que está tentando ao máximo recuperar a sua audiência a todo custo.
No elenco temos nomes como: Ian Bliss, Laura Gordon, David Dastmalchian e apresentando Indrid Torreli, que rouba a cena como doce mistériosa Lilly.
Impossível não observar as referências... pois estão todas ali e são bem claras. Do Exorcista de William Friedkin, o filme resgata especialmente as representações de possessão demoníaca que redefiniram o gênero de horror da época, fez escola e virou tendência para todo o sempre e amém. Da mesma forma, é visível a presença de David Cronenberg em alguns momentos, no uso do "body horror" ou horror corporal e das transformações bizarras que remetem a obras como o seu Videodrome, A Mosca ou Scanners - essa mescla de estilos contribui para uma experiência cinematográfica rica e multifacetada, que os diretores e roteirista inteligentemente adicionaram ao seu filme "ENTREVISTA COM O DEMÔNIO".
Algumas cenas do filme pode gerar desconforto, seja pela estética escolhida, acredito que propositalmente - tanto da parte dos efeitos especiais que remetem a filmes da época, quanto ao formato de ser o filme sendo filmado de um programa sensacionalista de auditório "capenga" da década de 70 - e isso fica bem claro pelo áudio, imagens falhando e pelos letreiros de apresentação dos programas desse tipo da época.
Se a intenção dos diretores era nos inserir e nos levar como que por uma "viagem no tempo", para os programas de auditórios da madrugada americana, que caçavam audiência e só visavam IBOPE acima de tudo, e que se exploda o ECA e os Direitos Humanos... Eles conseguiram. Mas... O que de fato incomoda, não engata ou dá para engolir a seco em "ENTREVISTA COM O DEMÔNIO" são mesmo as pontas para lá de soltas e que não dá para deixar para lá ou passar despercebido. Pois "isso", "elas"... Essas pontas soltas iriam só enriquecer ainda mais a experiência de assitir o filme, tipo: sabemos por flashbacks que o apresentador era envolvido em uma espécie de seita regiliosa pagã e macabra e que isso pode ter resultado no câncer que matou sua esposa, ao melhor estilo "a pata do macaco" e mergulhar em outras referências a filmes como "HEREDITÁRIO" e "MIDSOMAR" e etc... Mas não, os diretores e roteiristas optaram em deixar "subentendido" e apenas dar algumas pinceladas de possibilidades - isso prejudicou e muito o resultado final da experiência de ver "ENTREVISTA COM O DEMÔNIO", e talvez quem sabe poder considerar o longa como o melhor filme de terror do ano.
Recentemente o renomado autor de terror, Stephen King, descreveu o filme como “simplesmente genial”. “Fiquei com os olhos grudados na tela”, disse o escritor, conforme material divulgado pela produtora do filme.
Como o filme já estreou na gringa com hype altíssimo, aqui no Brasil confesso que fui assistir com o mesmo hype... Mas, não superou as expectativas que foram criadas em torno no filme - por filme e mais um bom filme de terror, que não é acima da média e que poderia ter sido - pena. Mesmo assim merece ser visto.
No Rotten Tomatoes, site que reúne avaliações feitas pela crítica especializada, “Entrevista com o Demônio” recebeu 97% de aprovação.
No Brasil, o longa é distribuído pela Diamond Films.
Texto produzido por @well.nchagas
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