Navegação

CAIXA Cultural recebe Mostra de Arte Indígena Nhe´ ẽ Se


Exposição Indígena reúne 12 artistas

A CAIXA Cultural Brasília recebe a Mostra de Arte Indígena Nhe´ ẽ Se, entre os dias 10 de maio e 9 de julho. O conjunto de obras exprime o desejo de mostrar a força política e beleza conceitual da arte e culturas indígenas. Os trabalhos serão apresentados na Galeria Vitrine com visitação de terça a domingo, das 9h às 21h. A entrada é gratuita e de classificação indicativa livre para todos os públicos.

A abertura da exposição acontece nesta terça-feira, (09), e contará a com presença das curadoras da mostra, Sandra Benites e Sallisa Rosa, além da apresentação do Toré, uma dança sagrada que representa a conexão dos Kariri-Xocó com a natureza e seus ancestrais. Realizada pelo grupo Grupo Moyra. ao som de tambores e cantos, a Toré é um uma celebração que fortalece a identidade e a resistência do povo Kariri-Xocó. Os visitantes que comparecerem à abertura, que é gratuita, poderão ainda fazer uma visita guiada pelas curadoras.

Nhe´ ẽ Se é uma mostra sobre comunicar. A expressão Guarani em português significa o desejo de fala, a expressão do espírito e o diálogo como cura. Por meio de pinturas, fotografias, instalações, vídeos e textos. Os 12 artistas visuais contemporâneos, cada um com sua essência, provocam e convidam o olhar de visitantes a diálogos com diferentes etnias, territórios, expressões culturais e inquietações.

O projeto tem a curadoria das indígenas Sandra Benites, da etnia Guarani-Nhandeva (MS), primeira curadora indígena no Brasil a integrar equipe de um Museu, pesquisadora Guarani e Doutoranda em Antropologia Social pelo Museu Nacional da UFRJ, e Sallisa Rosa, artista visual cuja produção parte de sua experiência como indígena em contextos urbanos e que, em sua trajetória, acumula recorrente participação em exposições, dentro e fora do Brasil, desde 2017.

Na manhã do primeiro dia de visitação do público à exposição, a partir das 10h, haverá o bate-papo Diálogo é Cura, com a presença das duas curadoras. A ação tem o intuito de ampliar o conhecimento do público acerca das artes e culturas trazidas pela exposição. O encontro contará com tradução para Libras.

Déba Viana Tacana, de origem cigana e indígena, pertencente ao Povo Takana, no estado de Rondônia fronteira com a Bolívia, investiga o corpo indígena e o corpo território para expressar sua etnicidade e manifesta que sob nossos pés não há terra que não seja indígena.

Uýra Sodoma realiza performances explosivas com sua personagem queer. Bióloga de formação, a artista tece duras críticas às políticas ambientais e ao modelo econômico imposto ao povo que vive em meio à floresta. Sua atuação alinha-se à luta em favor dos direitos das mulheres e das populações LGBTQIA+, Negra e Indígena. Enquanto Lilly Baniwa, performer e atriz de São Gabriel da Cachoeira (AM), constrói manifestos políticos e identitários - em vídeo - que ganham as telas, para comunicar conhecimentos ancestrais, carregados na existência dos corpos indígenas.

Edgar Kanaykõ Xakriaba, da Terra Indígena Xakriabá (MG) e primeiro indígena Mestre em Antropologia pela UFMG, se dedica a narrar o cotidiano de sua aldeia, contextualizando cada registro. E no audiovisual e através de fotografias Paulo Desana, da etnia Desana (AM), traz à tona assuntos pertinentes à região do Rio Negro, no Noroeste do Amazonas, como assunto central.

Retratar grafismos e pinturas de seu povo são o foco da produção de Merremii Karão Jaguaribaras, da Nação Karão Jaguaribaras (CE). Já o debate acerca da exploração e destruição da terra e a representatividade indígena como parte do mundo contemporâneo, são temas das pinturas e ilustrações de Arissana Pataxó.

Arte contra o apagamento da cultura indígena no Rio Grande do Sul é a ferramenta de Xadalu Tupã Jekupé, de origem ligada aos indígenas que historicamente habitavam as margens do Rio Ibirapuitã. Em seu trabalho, utiliza elementos da serigrafia, pintura e fotografia para abordar o tensionamento entre cultura indígena e ocidental nas cidades. Na exposição, o artista apresenta impactantes fotografias, serigrafadas em tecido, de seus parentes usando coletes à prova de balas.

Aju Paraguassu, neta da reserva indígena Paraguassu, ativista e mensageira afro-indígena, é graduada em desenho industrial e atua como designer há 16 anos. No seu navegar pelas artes, a pintura abre-se à escuta das curandeiras, das mães de sangue e de axé. Em suas obras, há cura para quem as observa.

Serviço

Temporada da mostra: de 10 de maio a 9 julho de 2023
Visitação: de terça a domingo, das 9h às 21h
Entrada: gratuita
Classificação indicativa: livre para todos os públicos

Foto: Cláudio Gerber 
Compart.

Roberta Monteiro

Comente no post:

0 comentários:

Adicione seu comentário sobre a notícia