Navegação

FOOTGOLF mistura o Futebol e Golfe

Mistura de Futebol e Golfe,
 o FootGolf tem Corintiano Campeão



Anderson Borges durante torneio de footgolf (Arquivo Pessoal)

Ele não conseguiu ser aprovado nas peneiras de futebol e outras modalidades do Corinthians. No entanto, a história do paulista Anderson Borges, de 37 anos, não deixaria de ser escrita como atleta após as tentativas de competir representando as cores preto e branco do time do coração.

Para isto, o também profissional de marketing desenvolveu uma ideia e a colocou no papel. Morador de Guarulhos (Grande São Paulo) levou sua teoria para a prática tornando-se jogador de footgolf no clube da zona leste da Capital. Ano passado, Borges elaborou projeto de patrocínio e apresentou aos diretores de esportes terrestres do alvinegro do Parque São Jorge.

Avançada a negociação, obteve o licenciamento da marca para que tivesse suporte no trabalho de divulgação na mídia além de custeio para uniforme e treinos. Com foco ampliado, vislumbrou ainda manutenção para viagens em competições pelo Brasil e exterior. Isto porque o footgolf demanda altos custos. Desta forma, captou novos patrocínios além do acordo com o clube bicampeão mundial no futebol.

Fechou com empresa de logística da cidade onde nasceu e com outras firmas locais. Comercializou cotas que lhe permitiram levantar montante para seus diversificados compromissos. Até finalizar o ciclo que levou a estabilizar-se como atleta remunerado dentro e fora do campo. Antenado, fortaleceu-se ainda no ambiente virtual das redes sociais maximizando a imagem com postagens no endereço aborgesfootgolf (Instagram, Facebook).

Como o sucesso não acontece por acaso, Borges demonstrou sua competência como atleta. Conquistou o titulo de campeão paulista logo em 2018. E participou de competições como a Copa do Mundo em Marrakesh, no Marrocos, este ano, disputada por 35 países. Além disso, tem vários eventos garantidos pela frente. E mira ano que vem a Copa do Mundo em Tóquio (Japão). Onde pretende obter melhor colocação que na edição que participou. Nesta, o campeão foi o argentino Mathias Perrone na categoria livre. Este superou o britânico Ben Clarke (um ex-jogador de rúgbi inglês). O melhor brasileiro foi o curitibano Crystopher Verbiski, líder do ranking nacional, que ficou em 33º.

A experiência do competidor, Borges trouxe das habilidades do futebol para o footgolf. O diferencial, segundo ele, “é que no futebol (jogou no Clube Esportivo da Penha), o atleta chuta forte ou colocado para fazer seus gols”. Já no footgolf, há desnível do campo e obstáculos (árvores, lagos, bunkers {bancos de areia}). E o atleta tem de ter grande resistência física para encarar jogos que duram horas, às vezes debaixo de frio e andando quilômetros.

Além da satisfação emocional, o esporte permite os benefícios de fatores psicológicos que enriquecem as pessoas (equilíbrio e interação). Há situações particulares em que os atletas demonstram humildade, regras de etiqueta e ainda o ganho no contato com o meio ambiente. Em caso de encontros de atletas em ambientes corporativos, revela-se a importância que os eventos geram network (relacionamento). Ferramentas de foco profissionais disponibilizadas a partir de contatos entre grupos.


Quanto à grafia varia o nome da modalidade: se aceita footgolf, futegolfe, ou futegolf. O fato é ser o esporte mistura de futebol e golfe. Não tem árbitro e é disputado em campo de golfe, com chuteira de futebol society. O uniforme adota meia de futebol e camisa de gola. A competição consiste em jogar a bola de futebol número cinco a partir de um ponto de partida (fee). Até que a bola caia num buraco do campo, e vence o atleta que conseguir fazê-lo com o menor número de tentativas. Os campos oficiais têm 18 buracos, mas há os de nove.

Como você iniciou no foogolf?

Anderson Borges - Comecei no golfe o primeiro contato. Depois em Itu com um ex-jogador de futsal do Corinthians, Clebinho, pude conhecer o footgolf. Antes, joguei futebol e tentei passar nas peneiras do Corinthians.

Você foi diretamente ao Corinthians para solicitar patrocínio?

Não. Sou formado em Marketing pela Facig em Guarulhos. E a primeira empresa foi uma assessoria jurídica, mas tive contato com clubes da Argentina e França. Depois destas experiências, então pude apresentar o projeto em 2018 à diretoria do Corinthians. Ano que me sagrei campeão paulista.

Quais os atrativos que também o levaram a praticar o footgolf?

Ele reúne pessoas dos sete aos 80 anos. Há o exemplo de dona Vilma uma senhora que participa conosco e tem 87 anos. É inclusivo. Nós não competimos contra pessoas, mas o campo. Há cavalheirismo, troca pessoal. E incentivamos os outros quando vão dar os chutes na bola.

Fala-se em 100 mil competidores de footgolf no mundo, é verdade?

Não posso precisar este dado, mas existem 4.000 atletas federados no mundo e o esporte é disputado em 65 países. No Brasil são 200 federados.

Como foi seu desempenho na Copa do Mundo em Marrocos este ano?

De 640 competidores, fiquei entre os 330 melhores.

Quais são os países de destaque no cenário mundial?

Argentina, Inglaterra e Estados Unidos.

Você está motivado e terá muitos eventos pela frente, não é?

Sim, graças a Deus. Disputarei torneios em Itu, no Rio de Janeiro, México, Itália, Portugal. Já a próxima Copa do Mundo será somente em setembro de 2020, no Japão.

Quais são as categorias do footgolf?

Vou falar especificamente da Copa do Mundo: a regra é diferenciada. Tem a categoria livre, 18 a 45 anos, mais de 45 anos e feminino além de por equipe.
Origens

Criado na Holanda em 2008, foi oficializado com regras por Michael Jansen e Bas Korsten. O futegolf deslanchou no Brasil pelas mãos do empresário gaúcho Antão Santor, que introduziu a modalidade em hotel de Foz de Iguaçu e emplacou no Paraná. Há vários atletas de destaque no Estado entre eles uma mulher (Elisa Donha-que já foi primeira da modalidade no Brasil).

Na verdade, a origem do esporte remonta a 1929. Foi pensado pelo médico de Chicago, Edward Code, que junto com um amigo passou a disputar o jogo (Codeball) nos gramados de grandes parques em 14 buracos. A bola tinha 15 centímetros de diâmetro e era de borracha. Agora o bate-papo com Anderson Borges com alguns detalhes do caminho que percorreu até deixar o exemplo de vencedor no footgolf.

Por Fernando Del Carlo
Compart.

Eduardo Tocchio

Comente no post:

0 comentários:

Adicione seu comentário sobre a notícia