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Pandemia ameaça agravar de forma duradoura fome no mundo, diz agência da ONU

Foto: Reprodução/Google



A pandemia de Covid-19 contribuiu, em 2020, para o aumento do número de pessoas que passam fome e terá efeitos de longo prazo na segurança alimentar, alertou relatório daa Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Esse agravamento da fome no mundo, o mais importante nos últimos 15 anos, compromete mais do que nunca a meta das Nações Unidas de erradicar a fome no mundo até 2030, segundo o relatório da FAO publicado nesta segunda-feira (12).

"Em 2020, entre 720 milhões e 811 milhões de pessoas no mundo enfrentaram a fome, ou seja, 118 milhões de pessoas a mais do que em 2010, se levarmos em conta a média dessa faixa (768 milhões)", alerta a FAO.

O relatório foi publicado em colaboração com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (IFAD), com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Mais da metade das pessoas mal alimentadas vivem na Ásia (418 milhões), mais de um terço na África (282 milhões), e 8% delas (60 milhões), na América Latina. Comparado com 2019, o acréscimo foi de 46 milhões na África, 57 milhões a mais na Ásia e cerca de 14 milhões a mais na América Latina e no Caribe.

"Vemos que os números aceleraram ainda mais fortemente", lamentou o diretor em Genebra do escritório da FAO nas Nações Unidas, Dominique Burgeon, em entrevista à AFP.

De forma mais ampla, o número de pessoas que não tiveram acesso à alimentação adequada ao longo do ano - ou seja, "quem, em alguns momentos do ano, pode ter dificuldades para se alimentar" - foi de 2,3 bilhões em 2020, afirmou Burgeon.

Isso significa "320 milhões mais pessoas" do que em 2019, acrescentou.

"Houve fatores que contribuíram para esta situação, essencialmente ligados a conflitos, ao impacto das mudanças climáticas, aos problemas econômicos que alguns países enfrentavam", destacou Burgeon.

Em alguns países, "principalmente os mais pobres, onde foram aplicadas medidas para prevenir a propagação da pandemia, as restrições de movimento impediram, por exemplo, que os pequenos agricultores levassem sua produção para os mercados", deixando-os sem renda para sobreviver.

Já "nas cidades, há, por vezes problemas de abastecimento, o que faz com que os preços aumentem", sublinhou Burgeon, referindo-se a países da região do Sahel, ou da África subsariana, como o Congo.

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Redação Fácil

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