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Cachaça mantém tradição e inspira novos Negócios

Jeferson Guedes

Jeferson Guedes, estudante do curso de Administração da Unit-PE, utilizou os conhecimentos da sala de aula para montar seu próprio negócio e agora quer esclarecer se a primeira cachaça registrada no Brasil foi produzida em Igarassu

Pinga, cana, caninha… muitos são os sinônimos para a cachaça. A bebida, que é de grande importância cultural, social e econômica para o Brasil, está relacionada diretamente ao início da colonização portuguesa do país e à atividade açucareira. Mas qual é a relação entre a cachaça e o estado de Pernambuco?

A relação da cachaça com Pernambuco está ligada ao início da colonização brasileira, quando Fernão de Noronha trouxe para o Estado as primeiras mudas de cana de açúcar. Inclusive, há registros históricos que, em 1516, as feitorias de Itamaracá e Igarassu já produziam a cachaça. Em 1756, no entanto, é registrado nos órgãos do Estado a primeira cachaça com o nome de “Monjopina”, que era engarrafada no engenho Manjó, localizado na cidade de Igarassu. A ligação da cachaça com Pernambuco é tão forte que há, na cidade de Lagoa do Carro, o museu da cachaça, com o maior acervo de cachaça do mundo, possuindo acervo de 13 mil garrafas.

Qual a diferença da cachaça pernambucana em relação às demais?

O que difere a cachaça pernambucana, quando comparada às demais, é o modo de produção e o armazenamento, que pode ser classificado como: pura, prata, ouro, envelhecida, premium e extra premium. É válido lembrar que, para ser considerada cachaça, é necessário que a bebida tenha de 38 a 48 graus de teor alcoólico, além de ser, necessariamente, produzida no território brasileiro. É possível combinar a cachaça com diversos pratos, como torresmo, tripa, frutas, feijoada, ou até mesmo com charuto, demonstrando seu estilo clássico. Sem falar que a ‘branquinha’ deriva outras iguarias como a tradicional caipirinha e cria vocabulários como ‘vamos tomar uma’.

A Cachaça e o Empreendedorismo

Jeferson Guedes, estudante do 7° período do curso de Administração do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE), é um grande apreciador da cachaça e decidiu juntar o útil ao agradável: utilizou os conhecimentos que ganhou na sala de aula para montar seu próprio negócio.

“Meu interesse pela cachaça surgiu de uma simples brincadeira, com alguns amigos, em criar uma ‘reserva alcoológica’. E eu sempre brincava que queria criar esse espaço para quem gostasse de tomar uma cachaça, aproveitar e ler um livro, uma poesia...”

Quando ingressou no curso de Administração, percebeu que, com conhecimento que estava adquirindo, poderia tornar aquela brincadeira em um plano de negócios.

Depois de alguns estudos de mercado, ele resolveu sair do emprego e colocar em prática o empreendimento. Aquela ideia de uma “reserva alcoológica”, como Jeferson havia idealizado, já tem nome e endereço. É o “Boteco Reserva Nordestina”, que fica no bairro de Casa Amarela, no Recife. “Gosto muito de oferecer cachaça ao cliente: ‘vai aí uma divina?’ porque, de fato, a cachaça tem essa representatividade para mim”, complementou o estudante e curioso no assunto.

Para aprofundar os conhecimentos, Jeferson tinha um curso programado de análise sensorial da cachaça, mas precisou adiar por conta da pandemia. Agora, ele pesquisa se, de fato, a primeira cachaça registrada no Brasil foi produzida em Igarassu, cidade da Região Metropolitana do Recife.
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MARIO PINHO

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