Crítica:| "Confinado" é daqueles tipos de remake requentado Hollywoodiano que tropeça na sua própria pretensão

O longa estreia nesta quinta-feira (31) nos cinemas brasileiros / Foto: Divulgação

Sabe aqueles tipos de filmes que tinha todos os ingredientes nas mãos para dar certo e não dá? Esse é o caso de "CONFINADO". O longa que trás um dos maiores atores de Hollywood e mundo, Sir. Anthony Hopkins, que já deu vida ao famigerado Dr. Hannibal Lacter de "O SILÊNCIO DOS INOCENTES" a "PICASSO", junto com a juventude promissora do ator Bill Skarsgård que deu vida ao palhaço mais aterrorizante do cinema, Pennywise de "IT - A COISA" e ao imortal "O CORVO"... E mesmo assim, ambos não conseguem salvar o filme do fiasco.

O filme com direção de David Yarovesky e roteiro Michael Arlen Ross, fica de mãos atadas e confinada dentro do próprio confinamento e atmosfera "claustrofobica", sugerida pelo filme - o ator Bill Skarsgård até se esforça, e é dele algum mérito que o filme possa ter, já quê: é o único personagem do filme, que pode e tem chance de ser desenvolvido, já quê o personagem do Antony Hopkins só dá as caras do meio do filme para o final, e não consegue ser aproveitado e muito menos desenvolvido, devido ao roteiro capenga e preguiçoso, com direito a PLOT TWISTS pífios e risíveis.

Inspirado em uma história real que aconteceu há quase uma década na Argentina, o thriller acompanha Eddie (Bill Skarsgård), um ladrão que em sua busca por dinheiro fácil decide assaltar uma SUV de luxo. No entanto, ele não esperava que o carro fosse uma armadilha mortal criada por William (Anthony Hopkins). Diante de um inimigo calculista, Eddie é levado ao limite, mas precisa sobreviver a esse jogo implacável, em que ele e todos à sua volta correm perigo.

O texto é baseado em um caso que aconteceu em 2016, após Roberto Desumvila ser alertado de que uma pessoa tentava desesperadamente sair do seu carro – chegando a chutar os vidros e portas, pouco tempo depois de estacionar o veículo em uma das principais avenidas da cidade. Certo de que isso poderia acontecer, Desumvila instalou um sistema de segurança especial, que aciona as travas, levanta os vidros e apaga as luzes assim que um estranho entra no carro, não deixando o intruso sair. A técnica foi adotada após sua filha ter sido alvo de uma pedrada ou disparo quando voltava da faculdade. Cerca de 20 minutos depois de ficar preso no carro e fracassar em diversas tentativas de fugir, o criminoso foi preso. 

Esta não é a primeira vez que o fato é retratado no cinema. O acontecimento já rendeu diferentes leituras, sendo a primeira em 4×4, filme argentino dirigido por Mariano Cohn - sendo a versão Argentina original, bem melhor e superior a esse novo REMAKE requentado Hollywoodiano.

Já tivemos ótimos exemplos dentro e fora de Hollywood, de filmes claustrofóbicos e de condimento, cito: "O NEVOEIRO", "RUA CLOVERFILD 10", "QUARTO DO PÂNICO", "O QUARTO DE JACK", "A PELE QUE HABITO", "O CLÃ", "O CAROL", "IHOSTAGE", "O POÇO", "A CAVERNA, "ABISMO DO MEDO", "O ILUMINADO", "NÁUFRAGO", "O SHOW DE TRUMAN" dentre tantos outros... Sonho seria se "CONFINADO", fosse ao menos um quarto, do terço de algum desses.

Ao final fica aquele gosto de pipoca murcha e sem sabor, onde lembramos que já vimos zilhões de vezes esse tipo de filme, só que dá última vez foi melhor. E ponto.

Texto produzido por @well.nchagas