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Crítica | "Fúria Primitiva": Dav Patel estrela e dirige longa com estilo!

Longa estreia dia 23 de maio nos cinemas brasileiros / Foto: Divulgação

Texto produzido por @well.nchagas

Monkey Man ou "Fúria Primitiva" é de longe o melhor representante da evolução da espécie do legado deixado pelo universo John Wick - mesmo indo propositalmente na contra mão da escala evolutiva darwiniana. E isso é o grande trunfo desse filmaço, que estréia no próximo dia 23 de maio em terras tupiniquins.

Quem diria que aquele garoto, assim como eu, quê amava os Beatles e os The Rolling Stones "DAV PATEL" de "QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO", "LION", O EXÓTICO HOTEL MARIGOLD", "A LENDA DO CAVALEIRO VERDE" e etc... Seria o GRANDE responsável por dar vida a uma obra-prima que é inspirado na lenda de Hanuman, uma divindade do hinduísmo. O projeto também marca a estreia de Patel como diretor de longa-metragens, além de o ator ser o protagonista do seu próprio filme... também escreveu o roteiro em parceria com Paul Angunawela e John Collee - como se tudo isso não bastasse... Patel também produz o filme ao lado do Diretor, produtor e roteirista Jordan Peele, que é responsável por obras icônicas do cinema moderno de gênero como "NÓS", "CORRA" e "NÃO, NÃO OLHE".

A narrativa do filme é não linear, feitas com primorosos "flashbacks", com um linguagem rápida, distorcida e desfocada, que não entrega tudo e assim vai gradativamente e a contra gotas nos entregando e revelando um pouco da história, mesclando e misturando passado e presente para entendermos o que motiva os personagens - principalmente o protagonista, o nosso "MONKEY MAN" e desejo primitivo por vingança. 

Vingança essa que é a estrutura e fio condutor do filme, onde o jovem diretor faz referências e reverencia a seus mestres como o Diretor Danny Boyle, com quem o ator e atual diretor Dav Patel trabalhou e brilhou lá em 2008 no filmão "QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO" - é nítida as referências a montagem,  planos sequências, ângulos de câmeras inusitados e estética. 



A história do filme por se só já se faz lembrar de outro personagem ICÔNICO da cultura POP que é o nosso querido "JOHN WICK" - seja pela motivação do protagonista, onde o combustível ⛽ é um veneno escarlate chamado vingança, regrado e brindados com taças finas da Kings de puro sangue, com as cenas de lutas e coreografias incríveis e impressionantes que deixaria o John orgulhoso, seja por evolver pessoas amadas nessa busca implacável, incansável e insesante por vingança, seja pelo estilo de roupa clássica ou até mesmo pelo fofinho Pet que aparece no filme - fazer tudo isso sem soar como cópia de... Ou mais do mesmo daquilo e conseguir ainda assim se manter original apoiado a uma história e roteiro fodástico... Não é para principiantes... É para poucos... Ou melhor é para principiantes tal qual como Dav Patel.

O filme tem todos os ingredientes que amantes dos filmes do Sr. WICK irão amar(tiro, porrada, bomba, explosão, confusão, lutas, perseguição de carros e etc)... Só quê: de forma mais crível e verossímil. Até porque hoje na franquia "JOHN WICK" para se deixar levar e viajar pelas suas histórias... Não podemos nem mais associar o personagem a um ser humano, e que o Sr. WICK até pode ter nascido humano um dia, de nascença... Mas hoje em dia não é mais - quem acompanha a franquia sabe bem do que falo. Enquanto a franquia JOHN WICK caminha para um futuro cada vez mais surreal "a lá filme de super-herói" a cada filme... O "FÚRIA PRIMITIVA" do Patel tá mais para o real do quê surreal e caminha a passos largos para trás e assim faz jus ao seu "MONKEY MAN" e sua "FÚRIA PRIMITIVA". 

O longa trás um novo gás ao gênero "filmes de ação" que já está a muito saturado em uma Hollywood acéfala, onde mais se cópia do que se cria originalmente falando - e tomara que não se torne uma franquia. Pois nem todo excelente primeiro filme necessariamente precisa de ter uma continuação. Mas... Falando de Hollywood... Se pode esperar tudo. Neh?

O menino Dav Patel, o diretor ainda conseguiu a proesa de no seu primeiro filme, misturar tudo isso, todo esse turbilhão e referências sem ser piegas... A uma história ancestral do hinduísmo, trazendo consigo a referência aos Deuses, povos, raças, crenças, política, etnias, religião, fanatismo religioso e teve a ousadia de acrescentar a história das famigeradas "HIJRAS", para fazer parte do terceiro arco do filme, as HIJRAS são denominadas como "o terceiro sexo Hindu".



E por falar das HIJRAS, em diversas culturas, os eunucos desempenham funções importantes para a sociedade. Na Índia, as hijras pertencem a uma comunidade religiosa hinduísta, que ao nascerem no sexo masculino, são castradas e atribuídas ao sexo feminino. Acredita-se que possuem o poder de abençoar ou amaldiçoar um individuo, sendo extremamente respeitadas e temidas.  

"Na Índia, são comuns os rituais de castração, feitos por sacerdotisas — mulheres especializadas e treinadas para a função — que removem pênis e testículos de modo que mantenha a pessoa viva. Após o ritual, os eunucos, mais conhecidos como hijras, aderem expressões femininas e passam a servir aquela que as castrou. 

Segue algumas dicas para se conhecer um pouco das histórias das HIJRAS, sua interessante cultura e costumes:

  1. 1. Hijra (Edição Inglês), de Hala Alyan (2016) - https://amzn.to/2QxuKdn
  2. 2. Hijra (Edição Inglês), de Ash Kotak (2015) - https://amzn.to/2ZUJNRi
  3. 3. The Hijra (Edição Inglês),de Adrienne Nash - https://amzn.to/2QKw2QQ
  4. 4. Hijra: An Indian Transgender Erotica (Edição Inglês), de Arielle Rose - https://amzn.to/2ZYfPM5
  5. 5. Hijras, the third sex (Edição Inglês), de Isabell Zipfel (2012) - https://amzn.to/36F9Pe5"

Sharlto Copley, Sobhita Dhulipala, Pitobash, Vipin Sharma, Ashwini Kalsekar, Adithi Kalkunte, Sikandar Kher e Makarand Deshpande completam o elenco principal, além do diretor Dav Patel que também é o protagonista, o "MONKEY MAN".

Por mais filmes fora da caixa, do eixo e do mais do mesmo como "FÚRIA PRIMITIVA" - O longa já figura fácil, fácil na minha lista de um dos melhores filmes e produções do ano.

Se liga meu povo cinéfilo de plantão e amantes da sétima arte... Que o filme é mais uma produção de qualidade com o selo A24, aqui no Brasil está sendo distribuído pela Diamond Films Brasil e estréia no próximo dia 23 de maio em todos os cinemas do Brasil.

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Jefferson Victor

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