A crescente preocupação com sustentabilidade tem gerado reflexões sobre a função social de diversas empresas do setor privado. Soluções para problemas ambientais e sociais são de responsabilidade inclusive do próprio mercado financeiro.
A pesquisa Truth About Generation Z indicou que 69% dos jovens no mundo estão dispostos a pagar mais a uma marca quando ela tem valores alinhados aos seus, enquanto no Brasil a porcentagem cresce para 71%.
Com a pandemia da covid-19, essa discussão de como ações de indivíduos ou grupos podem impactar o coletivo se tornou ainda mais pertinente. No mundo corporativo, isso se reflete no aumento do número de empresas que se empenham na busca de melhores práticas ambientais, sociais e de governança (que compõem a sigla em inglês ESG).
Mas afinal, o que significa ESG?
ESG é a junção de três siglas de palavras que representam uma preocupação para as empresas atuais, são elas:
Environmental (Ambiente);
Social (Social);
Governance (Governança).
Esse conceito é utilizado para se referir a boas práticas empresariais que se preocupam com critérios ambientais − que tratam dos impactos de uma companhia no meio ambiente −; sociais − que consideram a preocupação e a relação da empresa com a sociedade −, e os parâmetros de governança − que verificam a maior transparência e equidade entre a corporação e todos os seus acionistas.
A ideia principal é que empresas que adotam essas práticas fiquem menos suscetíveis a riscos externos, como riscos de mudanças regulatórias, em especial multas e sanções caso utilizem demasiada e/ou agressivamente os recursos naturais ou provoquem desastres ambientais.
Quais são os pilares do ESG
Environmental (ambiental):
A redução na emissão de poluentes e estabelecimento de metas para isso.
O gerenciamento eficiente e correto do descarte de lixo.
Iniciativas voltadas para a diminuição do uso excessivo e predatório de recursos naturais.
A adoção de medidas direcionadas para projetos de proteção e preservação ambiental.
O uso de fontes de energia renováveis pela empresa.
A política contra desmatamento.
A política de negociação com fornecedores que usem insumos orgânicos ou mesmo que possuam certificações ambientais.
Social
Aprimoramento em como se relaciona com as pessoas e a sociedade
Aderência aos direitos trabalhistas;
Valorização da Saúde Física e Saúde Mental dos funcionários,
Segurança no ambiente de trabalho
Apoio à diversidade em toda Estrutura Organizacional
Preocupação intensa com a experiência do consumidor em todas as fases
O posicionamento da empresa em causas sociais e beneficentes
Preocupação com a Inclusão Social
Governança
Transparência Financeira e Contábil da Governança Corporativa
Relatórios Financeiros Completos e Honestos
Independência, Equidade e Diversidade nos Conselhos
Integridade e Práticas Anticorrupção
Gestão de Riscos
O quanto a Gestão valoriza a Transparência, a Equidade, a Prestação de Contas e a Responsabilidade Corporativa
Para que serve o ESG: vantagens
Redução dos Custos Operacionais e Aumento de Produtividade
Fidelização de Clientes que valorizam o Consumo de Produtos e Serviços Sustentáveis
Mitigação de possíveis Riscos SocioAmbientais
Redução de interferências Regulatórias e Legais
Melhoria na Imagem e Reputação
Oportunidades de acessar novos nichos de Mercados e Desenvolver Produtos
Acesso às linhas de Crédito Verde, ou seja, aquelas voltadas para o Financiamento de Projetos Sustentáveis e que contam com Taxas de Juros Menores e prazos mais acessíveis
Melhores índices de Satisfação, Atração e Retenção de Talentos entre os funcionários
Maior equidade e transparência, que serão diferenciais importantes como critério de alocação por parte dos investidores
Ganho de vantagem competitiva frente aos concorrentes no longo prazo, tendo em vista a antecipação de critérios regulatórios e legais
Mais segurança para o investidor
Ampliação da quantidade de fundamentos disponíveis para analisar a aplicação de um investimento.
Por que o ESG está com tanto destaque ?
Foi em 2004 que o ESG surgiu. Neste ano, o termo foi citado em uma publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial, intitulado “Who Cares Wins” (que traduzido pode ser lido como “Quem se importa, ganha“).
O artigo queria mostrar como empresas engajadas com causas sociais e ações de preservação ao meio ambiente, bem como à boa governança corporativa, tinham melhores resultados.
Em 2005, foi criado o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) para refletir o retorno médio do ESG para as empresas e investidores. Desde a criação do índice, a carteira ISE3 apresentou rentabilidade positiva de 296%, contra 223% da carteira formada pelas ações que compõem o índice Ibovespa – uma diferença bastante considerável.
A Agenda de Boas Práticas Sociais, Ambientais e de Governança (ESG) ocupa cada vez mais a atenção das empresas e espaço nas carteiras dos investidores.
No Value Creators Rankings 2021, todas as 5 Large-Caps (empresas de grande porte com Alta Capitalização na Bolsa de Valores) que mais geram retorno aos acionistas possuem diretrizes de sustentabilidade e impacto social em suas páginas de relação com o investidor.
Fundos ESG
Para os investidores, as práticas ESG tomaram ainda mais relevância com a pandemia do coronavírus: 77% dos investidores entrevistados aumentaram seus investimentos em ESG de forma significativa, segundo pesquisa global com investidores institucionais realizada pela MSCI.
Hoje no Mercado é possível identificar diferentes formas de se investir em ESG: seja por meio de Fundos de Fundos (FoF) – que direcionam parte de seu capital a ações sustentáveis, ou por meio de investimentos em renda fixa.
Selos Verdes
Os Selos Verdes foram criados para conscientizar tanto o consumidor quanto o fabricante sobre o impacto ambiental que um produto ou serviço pode ter. Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), hoje existem aproximadamente 400 selos com apelo sustentável no mundo.
Veja os 10 principais Selos Oficiais, de acordo com o Idec: Selo 100% (FSC): 100% da matéria-prima são de Florestas Bem-Geridas.
Selo Misto (FSC): Pelo menos 70% da Matéria-Prima vem de Florestas Certificadas e 30% de Madeira com Origem Controlada
Selo de Produto (FSC): madeira vinda de Florestas Certificadas
100% Comunitário (FSC): Selo Social – a Matéria-Prima vem de Pequenos Produtos e Comunidades
Selo Procel de Economia de Energia: Criado pelo Ministério de Minas e Energia em 1993, tem como Objetivo Incentivar a Fabricação Eletroeletrônicos que sejam mais eficientes, e logo economizem mais Energia.
Selo IBD Orgânico: atende as Normas do Mercado Comum Europeu, do Mercado Norte Americano, e aos Setores da Agricultura, Pecuária, Fibras, Aquicultura, Processamento, Insumos, Extrativismo, Cosméticos, Vinhos e Produtos de Limpeza.
Rótulo Ecológico (ABNT): atesta que os produtos tiveram baixo impacto ambiental no ar, água, solo e na saúde ao longo do seu ciclo de vida.
CCF Rabbit (Choose Cruelty-Free): atesta empresas que não testam seus produtos e serviços em animais. A ONG responsável pela certificação é australiana.
Rainforest Alliance Certified (Imaflora): indica que uma Fazenda, Floresta ou Negócio Turístico atende os padrões de Sustentabilidade Ambiental, Social e Econômico estabelecidos.
A Importância dos Recursos Humanos nesse Processo
As empresas devem abordar o ESG como parte da cultura, e devem, inclusive, usar como base para o desenvolvimento das políticas e estratégias da empresa.
Isso fará com que os colaboradores fiquem mais engajados, diminuindo também os índices de rotatividade, consequentemente, aumentando o faturamento.
Rotatividade de funcionários é prejuízo para a empresa. Por isso, é essencial oferecer benefícios atrativos, para que os colaboradores não só queiram permanecer na empresa, como desperte interesse de quem está fora.
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Por Rui Brandao
Rui Brandão é médico, com experiência em Portugal, Brasil e Estados Unidos da América, e mestre em Administração pela FGV em São Paulo. Hoje é CEO & Co-fundador do Zenklub, plataforma de saúde emocional e desenvolvimento pessoal que oferece conteúdos, profissionais e ferramentas especializadas para mais de 1.5 milhões de pessoas no Brasil.
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