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Foto: Divulgação |
Texto produzido por @well.nchagas
Em tempos de Oscar... Olhamos para as 10 produções e filmes indicados esse ano, na categoria de melhor filme e fica a pergunta: por que "SING SING" não está figurando entre os 10 + (?), e obras e filmes que nem deveria ser chamado de tal "como por exemplo EMÍLIA PÉREZ" está lá e pior... Com 13 exageradas indicações, se tornando o filme de língua não inglesa mais indicado da história do cinema "absurdo dos absurdos" - outra pergunta que não quer calar é: qual a régua que foi usada esse ano para a academia fazer tais indicações (?), será que retrocedemos e voltamos a era do "SHAKESPEARE IN LOBY" (?)
Em termos de filme e toda a Mise en scène "no sentido literal da palavra" e com (F) maiúsculo... "SING SING" é muito mais filme que o famigerado "EMÍLIA PÉREZ", e merecia sim ter o seu lugar ao sol, e estar entre os 10 indicados desse ano - aliás... Qualquer filme é muito mais filme que "EMÍLIA PÉREZ", principalmente uma baseada em fatos reais como "SING SING".
O longa não foi de total esquecido pelos votantes da academia, e está concorrendo em 3 categorias (melhor canção original "Like a Bird", sendo outras 2 principais como: melhor ator para Colman Domingo melhor roteiro adaptado) - verdade que caberia também melhor direção, direção de arte, fotografia, montagem e mixagem de som).
O filme é dirigido por Greg Kwedar de "DO OUTRO LADO DA FRONTEIRA" e "JOCKEY", é baseado no artigo "The Sing Sing Follies", publicado em 2005 por John H. Richardson na revista Esquire. O roteiro foi adaptado de forma investigativa e documental, com entrevistas com os envolvidos e com a participação de ex-membros do grupo teatral do presídio de Sing Sing, que tem como inspiração uma experiência carcerária real, de um programa de reabilitação de internos por meio do teatro na cadeia. Clarence Maclin, ex-presidiário que participou desse programa, escreveu um roteiro sobre sua experiência, que foi levado à tela com o próprio Maclin no papel de si mesmo. A maior parte do elenco, aliás, também é de ex-presos que integraram o programa, o que ajuda a trazer um elemento de realidade ao filme - para ser mais preciso, o que Kwedar adaptou no filme – e o que rendeu a indicação a Melhor Roteiro Adaptado no Oscar – fala sobre a peça original pensada pelos membros da RTA. Batizada de Breakin' the Mummy's Code , ela mistura musical, viagem no tempo com Hamlet, faroeste e outras coisas.
Quase todo o elenco do filme está interpretando versões levemente fictícias de si mesmos. Sean "Dino" Jonhson, Mosi Eagle, Patrick "Preme" Griffin, David "Dap" Giraudy, James "Big E" Williams e, claro, Clarence “Divine Eye” Maclin conhecem bem aquela história: eles viveram tudo aquilo. Estes homens não só estiveram atrás das grades, como também passaram pelo programa RTA, de Rehabilitation Through the Arts (Reabilitação pelas Artes, em tradução livre), o motor do filme. Eles de fato descobriram, no teatro e na literatura, uma escapatória da prisão - Com exceção do ator Colman Domingo e alguns outros, Sing Sing é composto por atores cujos maiores espetáculos foram realizados sob o olhares e vigiados 24h de dentro da prisão que dá o nome ao filme "SIG SING".
Mas... o grande nome do filme é mesmo Colman Domingo de (EUPHORIA), que está numa ótima fase como ator. Depois de ser indicado em 2024 como o protagonista de "Rustin", ele consegue sua segunda indicação consecutiva por seu trabalho em "Sing Sing". Domingo, que também é produtor executivo do longa, aproveita as chances que o roteiro lhe oferece para brilhar em cena - inclusive a cena que deve ilustrar a tela na noite do Oscar, quando Domingo for apresentado a todos por sua indicação a melhor ator, deve ser a cena que ele explode após sofrer uma grande decepção dentro da prisão - de longe ele é o meu favorito.
Se liga meu povo cinéfilo de plantão e amantes da sétima arte que "SING SING", estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (13), é o nome de uma prisão de segurança máxima do estado de Nova York, nos Estados Unidos. É também o local onde é realizado um programa de reabilitação dos presos através do teatro, que busca dar a essas pessoas um novo propósito para suas vidas - a trama é centrada em John “Divine G” Whitfield (Colman Domingo), um detento que está preso há anos por um crime que ele jura que não cometeu. Enquanto espera por uma audiência que lhe permita deixar Sing Sing sob condicional, ele se torna membro de um programa que busca reabilitação pela arte. Assim, ele passa a interpretar em peças de teatro de Shakespeare e também ajuda a escrever espetáculos autorais.
É inevitável a comparação dos amigos de cela "SING SING" e o filme do Frank Derabont "UM SONHO DE LIBERDADE", mas só pela estética carcerária e a linguagem animalesca que se faz necessário ter ali para se adaptar e assim conseguir sobreviver - mas só por isso e ficamos por aqui. Pois enquanto o filme do Derabont e baseado na obra novelesca do mestre do terror Stephen King e foi um dia mais injustiçados da história do Oscar - o filme foi indicado a sete Oscars na cerimônia do Oscar 1995, um recorde para uma adaptação de Stephen King: Melhor Filme para Marvin, Melhor Roteiro Adaptado para Darabont, Melhor Ator para Freeman, Melhor Fotografia para Deakins, Melhor Edição para Richard Francis-Bruce e Melhor Trilha Sonora e não levou nenhum para casa , e de quebra foi um fracasso de bilheteria naquele ano - já em "SING SING" temos um filme mais fechado fora da cela, para a também fechada e vigiada sala dos ensaios teatrais "ambas dentro da mesma prisão e sistema carcerário", e é baseado em fatos reais.
Vamos torcer "já na torcida" para "SING SING" ter um fim diferente do seu companheiro cancerario "UM SONHO DE LIBERDADE" no Oscar - e se não levar nas 3 indicações que está concorrendo... Pelo menos melhor ator para Colman Domingo ou melhor roteiro adaptado.
Texto produzido por @well.nchagas
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