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Longa estreou nos cinemas dia 20 de Fevereiro e concorre ao Oscar 2025 / Foto: Divulgação Texto produzido por @well.nchagas |
O Brutalista foi indicado ao Oscar em 10 categorias, incluindo melhor filme, melhor diretor para Brady Corbet de "VOX LUX: O PREÇO DA FAMA", melhor ator para Adrien Brody, que já tem seu Oscar de melhor ator na estante pelo drama de guerra "O PIANISTA" (2002), e aqui se destaca mais uma vez, sendo seu melhor trabalho "também interpretando um Judeu" desde que ganhou o Oscar "maldição quebrada", melhor roteiro original para BRABY Corbet e Mona Fastvold, melhor atriz e ator coadjuvantes respectivamente e merecidamente para Felicity Jones de "A TEORIA DE TUDO", Guy Pearce de "PRISCILLA A RAINHA DO DESERTO"... Entre outros.
O filme estreou no Festival de Veneza 2024 em 1 de setembro de 2024, onde Corbet recebeu o Leão de Prata de Melhor Direção. Foi aclamado pela crítica e foi eleito um dos 10 melhores filmes de 2024 pelo American Film Institute. Recebeu sete indicações nos Prémios Globo de Ouro de 2025, incluindo indicações para Brody, Jones & Pearce nas categorias de atuação e Melhor Filme de Drama - "O BRUTALISTA" também já coleciona prêmios internacionais, como o BAFTA de Melhor Diretor para Corbet e Melhor Ator para Brody. A produção também levou os prêmios de Melhor Fotografia e Melhor Trilha Sonora Original no “Oscar Britânico”, já no Globo de Ouro foi o grande vencedor da noite na categoria Drama, com os prêmios de melhor filme drama, ator em drama para Brody e melhor direção - e no Critics' Choice Awards, o filme teve 9 indicações e só levou a de melhor ator para Broby.
Apesar do longa ter um ambiente histórico, trata-se de uma obra de ficção, e é um dos 10 filmes indicado ao Oscar de melhor filme do ano, que não foi adaptado de um livro - para se ter Idea... Dos 10 filmes que estão concorrendo ao prêmio principal da noite "Oscar de melhor filme e produção"... 7 foram adaptações literárias "inclusive AINDA ESTOU AQUI", que concorre na categoria principal também, e apenas 3 são roteiros originais. "O BRUTALISTA" é um deles.
O filme tem claramente a intenção, vocação e quase que "obrigação" por honra, mais quê explicita de desconstruir ou destruir o tal "SONHO AMERICANO", onde não apenas questiona as promessas do capitalismo, mas também explora a alienação que se segue à tentativa de alguém tentar se inserir em um sistema que o vê apenas como um produto descartável. O sonho americano de Tóth é, portanto, o reflexo de uma verdade mais amarga: a sociedade é cruel com aqueles que tentam ultrapassar suas fronteiras, sejam elas físicas ou sociais.
Na trama fictício com "quês" de documentário e fatos reais se passa em 1947, quando o arquiteto visionário húngaro László Toth (Adrien Brody) e sua esposa Erzsébet (Felicity Jones) fogem da Europa devastada pela guerra em busca de um novo começo na América. Em sua jornada para reconstruir seu legado e testemunhar o surgimento da América moderna, eles se deparam com uma oportunidade que pode mudar suas vidas para sempre. O industrial rico e carismático Harrison Van Buren (Guy Pearce) oferece a László "um sonho americano" em bandeja de prata, boas intenções e verdadeiro lobo burguês da época, vestindo pele da mais fina e intelectual estimulante "ovelha" - onde a chance de projetar um grandioso monumento modernista que moldará a paisagem do país que agora chamam de lar. Este projeto ambicioso representa o auge da carreira de László, prometendo levar ele e sua esposa Erzsébet a novas alturas de sucesso e reconhecimento. No entanto, o caminho para a realização de seus sonhos é repleto de desafios e reveses inesperados, que os levarão a enfrentar tanto triunfos quanto tragédias ao longo de quase três décadas, e um grito ecoando por toda a América "em ALTO bom tom e som" que desde a estátua da liberdade invertida diz: "VOCÊS... TODOS IMIGRANTES NÃO É, NÃO SÃO E NUNCA SERÃO, POR MAIS QUE FAÇAM OU PAREÇAM... UM DE NÓS. OS "NÓS" TOLERAMOS E SUPORTAMOS VOCÊS... ATÉ ENQUANTO E QUANDO NOS CONVÉM E FOREM ÚTEIS AOS NOSSOS INTERESSES" - esse é o tal soco no estômago do filme.
Curiosidades:
O ator Adrien Brody quase que repete em "O BRUTALISTA", o papel que o consagrou no filme "O PIANISTA", pois ambos os personagens são Judeus - a diferença é que o personagem de o Pianista é vivido durante a segunda guerra e o de o Brutalista e vivido no pós segunda guerra, embora... "O PIANISTA" que é dirigido por Roman Polanski é baseado em fatos reais, já "O BRUTALISTA" do Corbet é uma ficção.
Outra curiosidade é que o ator é americano, porém tem descendência judia, filho da fotógrafa e jornalista Sylvia Plachy e do professor de história Elliot Brody, Adrien diz que herdou a familiaridade com as câmeras de sua mãe judia-húngara.
Referências:
O longa escrito e dirigindo pelo cineasta americano Drady Corbet, faz referência e pede de fonte de outras obras icônicas do cinema pela imagética como: O Poderoso Chefão, Era Uma Vez em Nova York, O Mestre, O Conformista e etc... estão ali, quase transbordando da tela conforme seu diretor anseia por fazer algo digno do cânone, seja ele qual for.
O brutalismo foi um movimento arquitetônico que se originou no Reino Unido e ficou popular entre os anos 1950 e 1970 que teve início com o pós-guerra na Europa. As características desse tipo de arquitetura são o concreto quase na forma pura, sem adornos. A estrutura é entendida como uma parte estética das obras. É uma arquitetura da durabilidade e voltada para as funções práticas, mas que não perde em beleza. Porém, também é uma resposta estética a um período de tristeza, luto e falta de esperança - famosa pelas suas estruturas de concreto, texturas ásperas e ângulos geométricos. E enquanto as pessoas erguiam aqueles monumentos, muitas pessoas os derrubavam imediatamente... A arquitetura brutalista representa algo que as pessoas não entendiam na época, ao ponto de querer derrubar ou arrancar - no filme isso funciona também como uma metáfora, mostrando como a experiência dos imigrantes pode andar em paralelo com a luta dos artistas, inspirado pelo movimento arquitetônico, e essa essência está e permeia todo o filme.
Cenas de mais impacto:
Com certeza a cena do estupro é umas das mais fortes do longa, a do jantar onde a esposa de László faz a revelação e confronta o abusador dentro do próprio "covil", a cena da sua chegada em solo americano, onde a mesma se apresenta em cadeira de rodas e diz quer ficado deficiente devido a osteoporose, devido a fome que passou em seu país no pós guerra e por último mas não menos importante a cena do primo e amigo de László, que o expulsa da sua casa.
Mais um filme com polêmicas envolvendo I.A:
Apesar de todo o sucesso "O BRUTALISTA" não escapou das polêmicas e assumidamente teve uso de IA em sua produção. O software Respeecher foi utilizado para aprimorar o sotaque húngaro de Adrien Brody e Felicity Jones. Segundo o montador do filme, o húngaro Dávid Jancsó, o resultado do sotaque feito pela dupla protagonista não agradou suficientemente a produção, que decidiu recorrer à tecnologia - além disso, especulações indicaram que ferramentas de IA foram usadas na criação de elementos visuais, como projetos arquitetônicos do filme. O diretor Brady Corbet negou essas alegações, afirmando que todas as imagens foram desenhadas por artistas humanos. E mesmo com as polêmicas, o filme segue com uma ótima recepção e é visto como favorito no Oscar. No Rotten Tomatoes, O Brutalista conta com 94% de aprovação, sendo elogiado por sua direção, atuações e cinematografia, sendo ainda assim um fortíssimo concorrente e o favorito da noite do Oscar para os prêmios de melhor filme, direção, roteiro original, ator, ator coadjuvante e atriz coadjuvante.
"O BRUTALISTA" é o filme mais longo a concorrer à principal categoria da premiação. Com 3h20 de duração, o título ainda conta com 15 minutos de intervalo, somando então 3h35 de sessão - O Filme estreou dia 20 de fevereiro em todos os cinemas do Brasil.
Como a esperança é a última que morre "principalmente para os nós Brasileiros", caso o nosso filme "AINDA ESTOU AQUI", que está concorrendo com "O BRUTALISTA", na categoria principal, não leve o Oscar de melhor filme... Me dou por satisfeito que seja "O BRUTALISTA" - ao menos é infinitamente melhor e mais filme que "EMÍLIA PÉREZ".
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