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Crítica | "Guerra Civil" é espetacular, chocante e tenso!

Longa com Wagner Moura e Kirsten Dunst, estreia nesta quinta-feira 18 de Abril, nos cinemas brasileiros / Foto: Divulgação

Texto produzido por @well.nchagas





Não adiantou o tal "boicote" previsto ao novo filme do Wagner Moura, "Guerra Civil" - o filme já entrou na lista dos melhores do ano. E ponto. Verdade que o Diretor, roteirista e produtor responsável por "GUERRA CIVIL", Alex Garland, tem uma filmografia curta porém necessária e invejável - "EXTERMÍNIO", "EX MÁQUINA"  e "ANIQUILAÇÃO" falam por si só e são apenas alguns exemplos da peculiaridade e excelência das obras do cineasta, que diga-se de passagem estão sempre acima da média.

"GUERRA CIVIL" não seria diferente dos demais filmaços do diretor, mas... Com uma diferença: é o mais visceral, documental e também o que mais se aproxima de um título de "blockbuster e um dos melhores filmes do ano" - muito se dá pelas escolhas não convencionais feitas pelo diretor, que vai desde a escolha diversificada e plural do elenco "quebrando as barreiras e furando a bolha habitual Hollywoodiana", a estética, ângulos de câmera, filmagens e planos que bebem de fonte de filmes como: "POBRES CRIATURAS" do diretor Yorgos Lantimos... as cenas em câmera lenta com foco e desfocou inteligentemente usado para valorizar a narrativa linear pelo imagético e a primorosa fotografia "também em preto e branco", que é a cereja do bolo do filme.

O filme é em especial feito para além das grandes massas e público, e principalmente para os jornalistas e fotos jornalistas, que são muito bem representantados no filme e são jornalista de linha de frente de guerra, fazendo jus ao ofício e de fato ao sentido literalmente da palavra "jornalismo de guerrilha". Os jornalistas de documentários irão se deleitar pelo vislumbre visual recortado em clicks de cenas propositalmente - cenas essas acompanhadas por uma trilha sonora crescente de tensão íngreme e com músicas escolhidas a dedo, que são inseridas na veia e dentro do contexto que o brilhante roteiro se propõe - nada de pontas soltas.

Outro ponto pra lá de positivo e acertado do filme além de tudo... É de fato a escolha do elenco, cito: Wagner Moura de "MARIGUELLA", Kirsten Dunst de "MELANCHOLIA", JESS PLEMONS de "Ataque dos Cães" e por última mas não menos importante a atriz Caelle Spaany que deu vida a Priscilla Presley no filme "PRISCILLA" da Sofia Copolla.



Chamo a atenção para as particularidades do elenco, com um time em total sintonia e química perfeita - começandon pela Dunst que a cada escolha de trabalho e personagem se distância mais e mais daquela menina que um dia estreou lá em "ENTREVISTA COM O VAMPIRO", nos tomou de salto, coselet, vestidos e perucas e nos conquistou - e de quebra... ainda roubou a cena de astros de naipe como Tom Cruise e Brad Pitt.

Verdade que também não a reconhecemos mais como a eterna Mary Jane da primeira trilogia do "HOMEM-ARANHA" ao lado do famigerado cabeça-de-teia e o que de fato chamou a atenção do público com o prelúdio do seu amadurecimento como atriz e mulher foi no filmaço "AS VIRGENS SUICIDAS", depois se despiu da vaidade que toma a grande maioria das atrizes em Hollywood em "MELANCHOLIA" do polêmico diretor Dinamarquês Lars Von Trier, e também não podemos deixar de lembrar a sua performance magistral, quê lhe rendeu uma indicação ao Oscar no Oscarizado filme da diretora Jane Champion "ATAQUE DOS CÃES" .

Em "GUERRA CIVIL" é notório e não tem como deixar de observar mais uma boa escolha de personagem e filmes que a atriz vem fazendo "mais um para a coleção", por um viés que vai na contra mão das atrizes da sua geração - a atriz vem assumindo com dignidade a sua maturidade, rugas, sem makUp ou formas de rejuvenescimento forçada para assinatura dos seus personagem - isso é ponto extra para ela e para o filme que não tem medo de lutar e ir contra corrente e efeito manada, lutando assim contra o ageímo e etarismo que as atrizes de meia idade e além passam e são assim abandonadas, esquecidas, engavetadas vivas e boicotadas pelo mesmo sistema que as levou a fama e ao estrelato "a indústria cinematográfica / Hollywood" - isso que tanto Maryl Streep e Madonna falam... E visto por muitos dentro e principalmente fora do meio artístico como: "MIMI MI'.



A personagem da atriz Kirsten Dunst, é a premiada e renomada fotógrafa e jornalista "Lee Smith", que também serve como fio condutor da trama ao lado do amigo de trabalho e também jornalista Joel que é interpretado brilhantemente pelo nossa ator Brazuca Wagner Moura, que dá um show de interpretação a parte - e para completar essa tríade ou santíssima trindade jornalística, temos a jovem aspirante a foto-jornalista interpretada pela atriz Caelle Spaany - que tem a função no filme de ser os olhos do público, e para coroar ainda temos a participação prá lá de especial do ator Jess Plemons, que é marido da atriz Kirsten Dunst na vida real, com quem trabalhou juntos no filme "ATAQUES DOS CÃES" e ambos foram indicados ao Oscar de melhor atuação - não me surpreenderia nada se no Oscar de 2025, acontecesse o mesmo.

Plemons em "GUERRA CIVIL", interpreta um militar lunático, extremista e sádico que defende a extrema direita e presidente fascista dos EUA - sabe aqueles 10 minutos de fama e uma rápida porém necessária participação especial que vale pelo filme inteiro? Foi essa dele!

Para nós aqui no Brasil, falar das muitas qualidades desse mega ator, camaleonico e multifacetado chamado WAGNER MOURA é chover no molhado - pois já estamos acostumados a ver e testemunhar os diversos e plural trabalho do ator no teatro, TV, streaming, cinema e também com sua estreia de sucesso como diretor com o filme que é leitura audiovisual obrigatória "MARIGHELLA", que inclusive diáloga e se comunica e muito com "GUERRA CIVIL" - não por acaso Moura deve ter topado esse projeto. 

O ator já teve alguns trabalhos na gringa e reconhecido mundialmente com "NARCOS" onde ele faz o próprio Pablo Scobar e "ELYSIUM" do Diretor Neill Blomkamp de "DISTRITO 9", ao lado dos Oscarizados Matt Damon e Joddie Foster, da atriz brasileira que faz muito trabalho na gringa Alice Braga, Diego Luna e etc...

Basta ter história boa, roteiro e tema relevante, com uma boa direção e elenco... Que o Wagner está lá. Fato!

A história do longa traz uma trama assustadoramente atual e realista "principalmente em tempos de eleição americana, onde temos um criminoso, louco e fascista de extra direita candidato a presidente da maior potencial do mundo, o Thrump", ainda que se passe em um mundo quase que alternativo quê tem muito mais haver e é semelhante com a nossa realidade atual, do quê com a ficção propriamente dita, Onde os EUA deixaram de patrocinar e levar a guerra para outros países e agora tem sua própria "GUERRA CIVIL" para chamar de sua e tem entre si o centro de um conflito interno para cuidar. 



O filme pode também ser visto como um "road movie" dentro dos Estados Unidos", com recorte que vai do macro ao micro e gira em torno de um grupo de jornalistas de guerra que viaja pelos Estados Unidos em meio à sua primeira guerra civil do país desde 1865. Inclusive para o governo fascista que está no poder os jornalistas de toda a imprensa em geral são tipos como pessoal "persona non grata", vivem em zonas neutras e se escondendo do governo, são caçados assim como seus meios de comunicações "por exemplo a queda do NY TIMES", são torturados, presos e mortos - onde em Washington DC, virou um quartel, fortaleza e Refúgio do governo fascista... Os jornalistas são recebidos a tiros a queima roupa pela soldados da casa branca e vistar a capital do país virou uma verdadeira missão suicida.

Os estados da Califórnia e Texas, contrariando todas as expectativas, deixam de lado suas diferenças para se unir contra um governo fascista que foi colocado no poder, dividindo o país com focos rebeldes em todo o seu território.

"GUERRA CÍVIL" bem poderia se chamar "CAÇADA AO PRESIDENTE" tem uma cartaze final apoteótica, digna e merecedora de todos os governos fascistas de extrema direita - P-R-E-P-A-R-A.

"GUERRA CIVIL" que já estreou nos cinemas americanos, e tem estreia aqui em terras tupiniquins nesta quinta (18), surpreendeu até mesmo os mais otimistas entusiastas do A24, faturando US$ 25,7 milhões no seu primeiro final de semana de exibição, se tornando a maior bilheteria de estreia do estúdio.

No Brasil o filme está sendo distribuído pela DIAMONDS FILMES e na gringa pelo estúdio queridinho da crítica e do público, dos cinéfilos de plantão e amantes da sétima arte... Pela A24, o estúdio que se tornou sinônimo de produções prestigiosas ou de nicho, lançando filmes como Hereditário, Jóias Brutas, Aftersun e Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo. Séries de TV, como Euphoria e The Curse também levam a "marca A24" consigo.

"Guerra Civil" estreia nesta quinta-feira, dia 18 de abril, em todos os cinemas do Brasil. Se liga meu povo cinéfilo de plantão e amantes da Sétima Arte.

Por @well.nchagas

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Redação Fácil

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