Navegação

A Paixão Segundo G.H.": Longa é saborear Clarice Lispector pelo corpo e alma!

Foto: Reprodução/Filme

Texto produzido por @well.nchagas



P-r-e-p-a-r-a para mais uma obra-prima do cinema nacional e da filmografia do diretor Luiz Fernando Carvalho com "A Paixão Segundo G.H." - adaptação belíssima, elegante e apaixonante, da literatura para o cinema, do livro homônimo da jornalista e escritora Clarice Lispector.

"G.H" já entra na minha lista de melhores filmes do ano e não apenas "Nacional", e sim um dos melhores filmes de 2024.

Clarice foi, é e sempre será uma mulher revolucionária também na questão de gênero, uma escritora atemporal e sempre a frente do seu tempo, um ser humano visionário - uma feminista "Não militante", apesar da condução feminista ser notória e bastante recorrente em sua obra, principalmente nos anos 40 e 50, com seus personagens femininos, famintos, fortes, instigantes e cotroversos.

"Clarice lispector é um dos grandes ícones da literatura brasileira. Nascida em 1920 como chaya lispector, chegou ao brasil nos braços dos pais pinkhas e mania em 1922, fugindo da perseguição aos judeus na ucrânia. Apesar de terem desembarcado em maceió, a escritora considerava como sua cidade natal o recife, onde morou dos 4 aos 15 anos, onde foi morar no rio e lá permaneceu até sua morte".

Se você ainda não conhence clarice lispector, segue 5 livros essenciais e fundamentais para conhecê-la: perto do Coração Selvagem (1943), Laços de Família (1960), A Paixão Segundo G.H (1964), A Hora da Estrela (1977) e A Descoberta do Mundo (1984) - fora os filmes ja adaptados.

Dentre tantas outras... A sua adaptação para o cinema de maior sucesso, da vasta literatura de sucessos da escritora..  É de longe "A Hora da Estrela", que teve como intérprete da protagonista, a sempre m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a marcelia cartaxo, que deu nome e sobrenome ao filme - até o momento. Pois "A Paixão Segundo G.H." é a evolução da espécie, com a protagonista intérpretada pela a atriz global Maria Fernanda Cândido.



E por falar em maria fernanda cândido... Alguém dê um oscar para essa atriz por favor e peloamordedeus - de longe é um dos, senão (o) melhor trabalho da carreira atriz até o momento, que está plena e em total plenitude consigo e com o universo, para so assim assim poder assimilar e absorver tamanha responsabilidade e brilhar, brilhar e brilhar...Quê interpretação, quê entrega, quê tudooooo.

Procurando palavras ainda para tentar me atrever a explicar ou talvez traduzir em palavras o inexplicável, os vários paradoxos testemunhados nessa narravita verborrágicamente deliciosa, que pude degustar lentamente e engolir retina a dentro, e sentir depois o corpo transbordando de sensações, emoções, adormecer, entrar em colapso e êxtase - principalmente o cérebro.

"O filme se passa no rio de janeiro de 1964 e narra a jornada de G.H., uma escultora da elite de copacabana que decide arrumar seu apartamento após o término de uma paixão.

Ao se deparar com uma "Barata" no quarto de serviço, G.H. É levada a um misto de epifamias com uma profunda reflexão sobre a própria existência "Crise existencial", entre o divino, a repulsa e os preconceitos enraizados na sociedade. O filme se propõe, assim como a obra original, a questionar as convenções sociais que atormentam e aprisionam o feminino".

O filme é uma jornada quase que sensorial dentro da cabeça de clarice, onde muito de deve a interpretação arrebatadora, hipnotica e magnética da atriz maria fernanda cândido de "Vermelhomonet", que narra e ao mesmo tempo entrega um monólogo desafiador, complexo e pra lá de intrigante da obra da autora e toda a sua complexidade e genialidade, inteligentemente e brilhantemente adaptada, escrita, produzida e dirigida pelo cineasta Luiz Fernando Carvalho de "Lavoura arcaica".

Maria Fernanda Cândido e o diretor Luiz Fernando Carvalho



Destaques além do roteiro adaptado que é incrível... Para a fotografia também em preto e branco, a escolha inusitada do diretor em filmar por ângulos e formatos fora do convencional, bem a lá "Yorgos lanthimos com seu pobres criaturas", que causa um certo estranhamento no espectador e ao mesmo tempo o aproxima do filme e do seu objeto principal "A protagonista", deixando bem rente a pele, ao ponto do público criar uma certa intimidade com o personagem, sensorialmente falando.

Na cartaze final, uma das frases proferidas de forma repetitivamente por G.H, e que me chamou muito atenção foram: "Chequei ao ponto de eu nem mesmo entender o que estou pensando e falando... E está tudo bem! E eu adoooooroooooo... Adoooorooooo..."

Em algum lugar no infinito de estrelas Clarice Lispector deve esta se regozijando de prazer com essa adaptação a altura de sua obra - já quero ver de novo, novamente e mais uma vez. 

Se liga meu povo cinéfilo de plantão e amantes da sétima arte, que o filme estreia nesta quinta feira, dia 11 de abril, em todos os cinemas do Brasil, e já é leitura audiovisual obrigatória - sobretudo para os fãs e amantes da obra literária "Sine qua non" da Clarice Lispector.

Por @well.nchagas

Compart.

Jefferson Victor

Comente no post:

0 comentários:

Adicione seu comentário sobre a notícia