Crítica | ‘Jogos Mortais X’ ressuscita a franquia e traz novas armadilhas

Longa estreia nesta quinta (27) nos cinemas / Foto: Reprodução

Chega aos cinemas nesta quinta-feira (27), a décima parcela da franquia Jogos Mortais: Jogos Mortais X. Alterando um pouco a linha do tempo da saga, o enredo retorna às suas origens de forma digna, explorando, sobretudo, o passado do icônico personagem John Kramer (Tobin Bell), o cérebro por trás do sádico Jigsaw.

Dessa vez, a história não é uma continuação dos longas anteriores e, sim, uma prequência ambientada entre o primeiro e o segundo filme. Na trama, John Kramer (Bell) está doente e desesperado para encontrar a cura para o seu câncer e, para isso, viaja até o México onde fará um tratamento experimental

Acontece que, chegando lá, ele descobre que não existe tratamento nenhum, e tudo não passa de uma farsa para arrancar dinheiro de pacientes vulneráveis. Munido de ódio e revolta, Kramer arma, então, um novo jogo para capturar suas vítimas.

Aderindo inicialmente a uma estrutura diferente do que estamos acostumados, o novo filme exibe um elemento mais humano ao mergulhar no desespero de John Kramer. A decisão de ter um protagonismo focado em Kramer, que sempre foi o antagonista dos principais filmes, indica um senso de novidade que não se via há muito tempo nas produções da franquia. 

O ator Tobin Bell reprisa seu icônico papel e consegue carregar bem a trama, mas nota-se que, ao tentar inovar dentro de seu próprio jogo, a produção acaba por trilhar caminhos previsíveis e extremamente convencionais para o desdobramento de seus conflitos, assim como um terceiro ato sem grandes surpresas. Porém, nessa altura, é improvável que os fãs se importem com os furos de roteiro, visto que já são bem presentes pela saga.

Mas calma, tudo isso é superado pela força motriz que move os filmes da franquia. As armadilhas tem espaço para brilhar e são brutais! O longa traz brinquedinhos novos, onde irão render momentos de agonia e repulsa até mesmo àqueles com estômago de ferro, com uma sequência que possivelmente irá entrar no hall das mais memoráveis da saga. É claro que o filme passa do ponto, como o momento em que uma personagem usa um intestino como corda.

Com uma ambientação baseada nos primeiros filmes da franquia Jogos Mortais, o diretor Kevin Greutert (Jessabelle) consegue construir uma direção envolvente e usa bem a iluminação para criar uma atmosfera angustiante nesse novo filme. Além disso, as armadilhas são bem filmadas, que dá tempo para que o espectador entenda o jogo e “aprecie” o desenvolvimento do mesmo.

Compensando o tempo perdido com os últimos lançamentos, ‘Jogos Mortais X’ chega de forma excelente ao universo tão reverenciado pelos fãs, com mais cenas violentas e macabras. Apesar de ter um roteiro com inconsistências, é notável que o longa consegue fazer jus ao legado de Jigsaw, sendo um dos melhores filmes da franquia.