A possibilidade de pedir comida por aplicativo de celular não é nenhuma novidade. É fato! Mas dois brasileiros provam que estar atento às possibilidades do mercado e apostar na tecnologia para alavancar o negócio fazem a diferença para uma receita de sucesso.
Quer uma prova? Em 2018, o casal Ricardo Rosa e Vanessa Oliveira, proprietário do Petisco Brazuca, faturou US$ 550 mil (cerca de R$ 2 milhões) vendendo e entregando coxinhas por meio de um dos primeiros aplicativos de entrega de lanches brasileiros nos Estados Unidos.
E a meta para este ano é crescer este número e fechar 2019 faturando US$ 800 mil (aproximadamente R$ 3 milhões) com petiscos genuinamente tupiniquins. Além da coxinha, que responde por 60% das vendas, também são comercializados pão de queijo, croquete de mandioca e bolinhos de bacalhau via delivery.

Vanessa e Ricardo começaram o negócio com investimento de US$ 1 mil. Foto: Alessandro Mesquita e Mônica Mesquita| Alessandro Mesquita
Para isso, no entanto, era preciso dar conta da demanda - sem perder a qualidade. Foi aí que Ricardo e Vanessa recorreram a uma incubadora voltada ao mercado de alimentação, que disponibiliza cozinhas equipadas para a preparação dos alimentos.
“Quase enlouquecemos para nos adequar, formalizar tudo, contratar pessoal. Mas conseguimos nos adaptar a esta fase e trabalhamos durante cinco anos só com o aplicativo, conquistando clientes muitos bons, inclusive corporativos”, conta Ricardo. Entre eles estão nomes de peso, como os das gigantes Nike, Yahoo e Amazon. “Geralmente tem um brasileiro dentro destas empresas que é quem apresenta o nosso produto e as torna clientes frequentes. Os brasileiros [que vivem em Nova York] são o nosso cartão de visitas”, brinca o fundador.
Hoje, as vendas corporativas respondem por cerca de 30% do faturamento mensal da Petisco Brazuca, que gira entre US$ 80 e US$ 90 mil/mês, na média (entre R$ 300 mil e R$ 336 mil), decorrente da venda de cerca de 100 mil unidades. Os outros 70% ficam por conta dos clientes finais, divididos entre brasileiros saudosos e americanos que foram conquistados pelas receitas tupiniquins.
App foi desenvolvido por Ricardo e teve 10 mil downloads em apenas 3 meses após o lançamento. Imagem: Reprodução
Tal capacidade, porém, já tem destino certo: uma linha de petiscos congelados, já aprovada pelos órgãos americanos e focada no varejo, com lançamento previsto para os próximos meses. “Ela será destinada à distribuição em supermercados”, detalha Ricardo.
Já para o primeiro semestre do próximo ano, os planos envolvem a abertura de franquias voltadas à operação de lojas da marca. A primeira delas foi aberta há sete meses, na mesma planta da fábrica, e já responde por 20% do faturamento mensal, tendo os americanos como principais clientes.
“A loja surgiu de uma demanda dos clientes, que desejavam uma experiência diferente para consumir o produto”, conta Ricardo. Nela, além dos petiscos que escalonaram o negócio, também são servidos açaí, pastel, sucos naturais e cafés. “Funciona como uma snack shop”, resume o empresário.
A lista de possíveis futuros franqueados já conta com 200 interessados em expandir o negócio dentro e fora dos EUA - Canadá, Portugal, México e o próprio Brasil estão entre os possíveis destinos. O retorno para casa, no entanto, não está nos planos de curto prazo da marca.
“Vamos primeiro nos estabelecer aqui nos Estados Unidos antes de pleitear algo fora. O objetivo é manter a sede aqui, mas encontrar parceiros que consigam levar o negócio para o Brasil”, explica Ricardo.
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