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A OMS conspirou com a Itália e escondeu relatório de prevenção de mortes por COVID-19

Justiça italiana investiga ocultação de informação que alertava sobre o impacto da doença no país e que sua divulgação foi negada


Segundo cientistas italianos, 10.000 mortes poderiam ter sido evitadas se as autoridades peninsulares tivessem cumprido a informação preliminar sobre o Coronavírus (Flickr)


Não può essere, mas sim. A Organização Mundial da Saúde (OMS) escondeu um relatório contundente e crítico sobre o manejo do Conoravirus na Itália durante o início da pandemia que revelou o caos, improvisação e até mesmo a possível negligência das autoridades de saúde que agora estão sob escrutínio de justiça por não evitar mortes por essa causa, que desde então somam 64 mil.

O documento que contém uma avaliação das primeiras ações intitulado "Um desafio sem precedentes: a primeira resposta da Itália" foi removido "às pressas" do site da OMS apenas 24 horas após sua publicação, diz ABC.

O relatório de 102 páginas, financiado pelo governo do Kuwait, teve como objetivo alertar os países que em fevereiro ainda não haviam registrado casos com o aval de 11 cientistas europeus da OMS, liderados pelo italiano Francesco Zambon, coordenador da sede da instância de saúde em Veneza.

Um esforço oculto

Todo o esforço para evitar o contágio foi perdido por ordem de Ranieri Guerra, médico de longa trajetória na política de saúde que aproveitou sua posição como diretor geral de Prevenção em Saúde do Ministério da Saúde e vice-presidente da OMS para a Europa. indica ABC.

Agora o Ministério Público de Bérgamo, província da Lombardia mais afetada durante a primeira fase do coronavírus, investiga a responsabilidade das autoridades italianas de verificar a possível participação do Ministério da Saúde na eliminação do referido relatório do site da Organização Mundial do Saúde (OMS).

Nesse estudo afirma-se que “a Itália não estava preparada” para enfrentar a emergência que explodiu oficialmente em 21 de fevereiro porque seu último plano de saúde contra uma eventual epidemia era o mesmo de 2006, mas “nunca foi atualizado”, destaca ABC.

Somente em 2017 foi analisado sem o diretor-geral de prevenção em saúde do Ministério da Saúde, que na época era Ranieri Guerra, o atual representante da OMS para a Europa e membro do comitê técnico italiano da Covid, acusado de censurar o relatório.

Cientistas confrontados com a verdade

Os 11 cientistas que produziram o relatório querem respostas e sabem a verdade sobre o ocorrido e acusam Ranieri Guerra de ser o responsável pela retirada do relatório sob pressão, indica o ABC. O italiano Francesco Zambon afirma que um mês antes da publicação enviou um rascunho do relatório a Guerra, que o compartilhou com o ministro da Saúde, Roberto Speranza.

Depois de alguns e-mails enviados em maio a Francesco Zambon por Guerra e Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa, que também escreveu a introdução ao documento excluído, eles parecem indicar que, de fato, houve “um verdadeiro acordo entre a OMS e o Ministério da Saúde ” para manter o relacionamento em segredo.

O Financial Times e o The Guardian descrevem o evento como uma "conspiração entre a OMS e o governo italiano para remover o relatório da web", cita o ABC. E Zambon afirma ter recebido pressão de Ranieri Guerra para modificar alguns pontos do relatório, que incluíam ameaças de demissão.

Do Ministério da Saúde italiano, Roberto Speranza, seu proprietário nega qualquer envolvimento no assunto e se esconde por trás do pedido de uma reforma da OMS para que haja "maior transparência", diz a mídia.

Mas o escândalo aumentou e até o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, foi "contra as imunidades" dos investigadores da OMS.

Relatório poderoso

Com "desespero" Zambon confessa que alertou as autoridades sanitárias, alertando-as do perigo representado pela gestão da pandemia no país, mas não foi ouvido apesar do facto de "o relatório ter potencial para salvar vidas e da responsabilidade do WHO ”cita ABC.

No entanto, a instância se destaca das acusações e responde que dispensou a denúncia por "imprecisões e inconsistências", mas os autores debatem o argumento afirmando que então era necessário corrigir e seguir em frente. A justiça italiana vai investigar, mas a OMS já negou aos cientistas que assinaram os relatórios se declararem a esse respeito.

Zambon é a exceção. Ele já compareceu à promotoria de Bérgamo há dois dias. Os promotores também estão usando um relatório feito após a primeira onda de um general aposentado do Exército, Pier Paolo Lunelli, que concluiu que 10.000 mortes podem ser atribuídas a uma "falta de protocolos antipandêmicos suficientes", diz ABC.


Outro descrédito institucional

Esta não é a primeira vez que a OMS é apontada por encobrir os erros cometidos por um país ao lidar com a pandemia. Antes de conhecer a situação na Itália, ele destaca como “o“ exemplo extremo de cumplicidade ”a relação complacente com a China diante do encobrimento do caos nas primeiras semanas que causou incalculáveis ​​consequências para a saúde do país e do mundo, relata o Infoabe.

Quando a missão da OMS viajou para Wuhan, eles foram impedidos de visitar o mercado de animais exóticos na cidade onde acredita-se que a pandemia tenha surgido. Daquele momento se passaram dez meses e até agora não há resultados de "uma investigação transparente e independente sobre as origens do vírus", indica a mídia.

por Gabriela Moreno
www.panampost.com

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MARIO PINHO

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