Na comparação com o mesmo mês de
2019, a retração foi de apenas 2,57%, o que indica que o mercado já opera em
níveis pré-pandemia.
A FENABRAVE – Federação Nacional
da Distribuição de Veículos Automotores divulgou, sexta-feira, 2 de outubro, os
resultados dos emplacamentos de veículos no mês de setembro e no acumulado de
2020. Considerando automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus,
motocicletas, implementos rodoviários e outros, as vendas ao varejo cresceram
9,55% sobre o mês de agosto. O volume total foi de 328.233 veículos, em
setembro, ante 299.628, no mês anterior.
No acumulado do ano, de janeiro a
setembro, foram emplacados 2.132.549 veículos, o que representa retração de
27,77%, na comparação com o mesmo período do ano passado (2.952.347 unidades).
Com relação a setembro de 2019 (336.901 veículos), no entanto, a retração foi
de apenas 2,57%, o que indica que o mercado já opera em níveis de venda
pré-pandemia.
"A cada mês que passa,
conseguimos observar que o mercado vem retomando os volumes e se readequando ao
que se convencionou chamar de 'novo normal'. Tanto que, apesar de ter o mesmo
número de dias úteis de agosto (21), o volume de setembro foi mais
elevado", destaca Alarico Assumpção Júnior, Presidente da FENABRAVE.
Com o resultado, setembro/2020
ocupa a 10ª posição no ranking histórico (entre todos os meses de setembro,
desde o início da série, em 1957) e o acumulado está na 15ª colocação, na
somatória dos meses de janeiro a setembro.
Automóveis e comerciais
leves
Em setembro, o segmento de
automóveis e comerciais leves apresentou alta de 14,56%, na comparação com o
mês de agosto, com 198.792 unidades emplacadas, contra 173.531, no mês
anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2019, a queda foi de 10,92%, quando
foram emplacadas 223.151 unidades.
No acumulado de janeiro a
setembro, sobre o mesmo período de 2019 (1.934.890), o resultado aponta
retração de 32,88%, totalizando 1.298.630 unidades comercializadas.
Na avaliação de Assumpção Júnior,
a alta sobre agosto comprova a expectativa de retomada dos volumes para o
mercado de automóveis e comerciais leves. "O mês de setembro, como já era
esperado, registrou o maior volume de emplacamentos de 2020. O mercado vem se
recuperando, visivelmente, desde julho, impulsionado pela manutenção da taxa
Selic em níveis baixos, pela manutenção da queda de inadimplência e a
consequente melhora na aprovação de crédito, fazendo com que os clientes
voltassem a efetivar a tomada de decisão para a aquisição de automóveis. O
estímulo também está atrelado à própria pandemia, que tem feito as pessoas
optarem pelo transporte individual, ao invés do coletivo", explica o
Presidente da FENABRAVE.
O mês de setembro/2020 ficou na
10ª colocação entre todos os meses históricos de setembro, para automóveis e
comerciais leves, e o acumulado, de janeiro a setembro, ficou na 15ª colocação
histórica.
Caminhões
Mesmo com a demanda aquecida, o
segmento de caminhões continua enfrentando um gargalo na produção. Pela falta
de produtos, os emplacamentos retraíram 8,29% (7.411 unidades) sobre agosto
(8.081 unidades).
Comparado a setembro de 2019
(9.300 unidades), o resultado foi de queda de 20,31% e, no acumulado de janeiro
a setembro, os resultados de 2020 (62.626 unidades) ficaram 16,21% abaixo de
igual período do ano passado (74.744 unidades).
"O mercado de caminhões
continua com uma forte demanda, em todos os seus subsegmentos, e não foi melhor
pelos problemas gerados na produção, causados, ainda, pela falta de componentes
e pela baixa capacidade de produção nos seus principais fornecedores. Com
relação ao crédito, notamos uma boa oferta, com a manutenção de taxas abaixo de
1% e aprovação de 8 para cada 10 solicitações. Com isso, vem crescendo o número
de pedidos para 2021", comenta Assumpção Júnior.
No ranking histórico, o mês de
setembro/2020 está na 14ª colocação e, entre os acumulados de janeiro a
setembro, este ano está na 11ª posição histórica, para caminhões.
Implementos Rodoviários
A demanda de implementos
rodoviários também se manteve aquecida em setembro. Apesar da ligeira queda, de
1,76% (6.408 unidades) ante agosto (6.523 unidades), o segmento apontou alta de
22,83%, quando comparado a setembro de 2019 (5.217 unidades).
No acumulado de janeiro a
setembro, os resultados de 2020 (46.836 unidades) ficaram 1,88% abaixo dos
registrados em 2019 (47.732). "Mesmo com as implementadoras trabalhando na
sua capacidade máxima de produção, a oferta não conseguiu suprir a demanda. Com
isso, os fabricantes continuam operando com pedidos já para o início de
2021", explica Assumpção Júnior.
Ônibus
Em setembro, os emplacamentos de
ônibus registraram retração de 13,62%, na comparação com agosto, totalizando
1.535 unidades, contra 1.777 do mês anterior. Sobre setembro de 2019 (2.323
unidades), esse resultado foi 33,92% menor e, se considerarmos o acumulado de
janeiro a setembro/2020 (13.081), houve queda de 34,03% sobre igual período do
ano passado (19.830 unidades).
O segmento de ônibus continua enfrentando
problemas gerados pela pandemia, que fizeram com que as empresas de transporte,
tanto as urbanas quanto as rodoviárias, retraíssem sua frota circulante. Até
agora, grande parte do volume vendido se deve ao Programa Caminho da Escola, do
Governo Federal.
No ranking histórico, o mês de
setembro está na 16ª colocação entre todos os meses de setembro, e o acumulado
deste ano ficou na 17ª posição, desde o início da série histórica.
Motocicletas
Os emplacamentos de motocicletas
registraram alta de 3,77% em setembro, totalizando 99.623 unidades, contra
96.004, em agosto. Se comparados a setembro de 2019 (87.737), os emplacamentos
cresceram 13,55%.
"O segmento de motocicletas
está realmente aquecido, tanto pela procura de um transporte individual, como
pela consolidação como veículo de trabalho. Por outro lado, a produção segue
prejudicada pela falta de componentes, fazendo com que o prazo médio para
entrega do veículo seja de, aproximadamente, 40 dias. A aprovação de crédito
nos financiamentos é de 4,2 cadastros para cada 10 apresentados", afirma
Assumpção Júnior.
No acumulado de janeiro a
setembro/2020, foram emplacadas 631.081 motocicletas, um volume 20,78% menor do
que as 796.599 unidades vendidas, no mesmo período de 2019.
No ranking histórico, o mês de
setembro/2020 está na 10ª colocação entre todos os meses de setembro, e o
acumulado deste ano ficou na 17ª posição.
Tratores e Máquinas
Agrícolas
Por não serem emplacados, os
tratores e as máquinas agrícolas apresentam dados com um mês de defasagem, pois
dependem de levantamento junto aos fabricantes.
Apesar de estar com forte
demanda, em função da safra recorde, o segmento enfrenta problemas com relação
à produção. A indústria continua sofrendo com a falta de peças e componentes e,
como resultado, não consegue suprir a demanda.
Em agosto, as vendas (3.983
unidades) registraram queda de 9,83%, na comparação com o mês de julho (4.417).
Ante agosto de 2019, a queda foi de 6,96% – quando o segmento registrou 4.281
unidades comercializadas.
"Em função da expectativa de
crescimento de área plantada, de 2,5%, para a Safra 2020/2021, estamos
observando antecipação de venda da safra, a mercado futuro, já travando o preço
dos produtos, o que garante rentabilidade. Esse aumento de confiança, dos
produtores rurais, eleva a intenção de compra de tratores e máquinas agrícolas.
No entanto, há problemas de fornecimento de componentes e limitação na produção
– pelo distanciamento social nas fábricas, o que prejudica o atendimento à
crescente demanda", explica o Presidente da FENABRAVE.
No acumulado do ano, de janeiro a agosto, a
queda foi de 5,17%, contra o mesmo período de 2019. Em 2020, foram
comercializadas 26.662 unidades, contra 28.117, em 2019.
Acompanhe, na tabela a seguir, os
dados de emplacamentos de veículos NOVOS para cada segmento automotivo.
Projeções 2020
A cada trimestre, a FENABRAVE
reavalia as projeções para o ano, conforme dados da MB Associados, consultoria
econômica da entidade. Com a rápida recuperação dos patamares de vendas nos
últimos meses, a retração prevista para 2020 foi revisada.
Em julho, já sob os efeitos da
pandemia, estimava-se que a queda no ano, considerando todos os setores, seria
de 35,8%. Agora, a previsão é que 2020 encerre com retração de 25,3%.
Automóveis e Comerciais Leves
O segmento iniciou o ano com
perspectiva de alcançar crescimento de 9%, em 2020. Em julho, a estimativa foi
revista para uma queda de 37,1% e, agora, as projeções foram revistas, com a
melhora do mercado, passando para uma queda menor, de 29,4%.
Caminhões
A primeira estimativa era de
crescimento de 24%, caindo para uma retração de 18,6% em julho. A última
revisão aponta queda de 14,9% nos emplacamentos do segmento, em 2020.
Ônibus
Crescimento de 16% na primeira
estimativa, revisado para uma queda de 39,1%, em julho, e retração de 33,1%, na
última estimativa.
Motocicletas
Começou o ano com perspectiva de
crescer 9%, apontou para uma retração de 35,8%, em julho, e de 17,7%, na última
projeção, em função da melhora do mercado.
Implementos Rodoviários
A primeira estimativa era de
crescimento de 23%, caindo para uma retração de 7,6% em julho. A última revisão
aponta crescimento de 2,9% em 2020.
Máquinas Agrícolas
As projeções foram mantidas em
uma queda de 5% na produção.
Acompanhe, na tabela abaixo, as revisões de projeções, para 2020, até o momento:
Comente no post:
0 comentários:
Adicione seu comentário sobre a notícia